A exibição dos longas de Elyseu Visconti Cavalleiro abre seminário sobre o diretor, que vai até 10 de agosto. “São filmes manifestos a favor de um cinema de invenção”, explica Paulo Klein. Trabalhos, continua, que foram censurados e, até hoje, só chegam às telas em mostras alternativas. “É o cinema de uma época em que as pessoas tintam atitude, que faziam filmes sem nada. O que é uma grande lição”, acrescenta. Elyseu Visconti Cavalleiro, depois de fazer os dois longas, se autoexilou no Nordeste brasileiro, passando a fazer documentários, mais de 40 deles com apoio de Gilberto Freyre e de Câmara Cascudo, obras que também serão exibidas em Belo Horizonte.
Elyseu Visconti Cavalleiro nasceu no Rio de Janeiro, tem 74 anos. É de família de artistas, cuja casa era frequentada por intelectuais, poetas, escritores, artistas plásticos. Foi aluno, na escola de belas-artes, de Oswaldo Goeldi, Roberto Delamonica e Ivan Serpa. Ganhou bolsa para estudar cinema em Paris e, na capital francesa, conheceu o realizador e etnólogo Jean Rouch. Morou, ainda, na antiga Tchecoslováquia, dedicando-se a ilustrações, a exemplo das realizadas para Os diários, de Franz Kafka (que estão sendo mostradas em BH). Retornando ao Brasil, nos anos da ditadura militar, voltou-se para o cinema autoral e antropológico.
Mostra Elyseu Visconti Cavalleiro – Cinema & invenção
Exibição de filmes, seminário e exposição. Abertura nestq quinta-feira, às 19h. Sesc Palladium, Avenida Augusto de Lima, 420, Centro, (31) 3279-1500. Entrada franca.