Quando a série de televisão 'The Lone Ranger' ('O Cavaleiro Solitário') entrou pela primeira vez nos lares dos Estados Unidos, em 1949, o homem mascarado era o herói arrojado, charmoso e o índio norte-americano Tonto era seu leal companheiro.
Em uma sequência de abertura – uma cena de luta alucinante em um trem desgovernado –, Tonto conduz uma fuga de bandidos, enquanto o Cavaleiro Solitário sem máscara, interpretado por Armie Hammer, é um ingênuo, sem saber desde o início que estava em perigo.
"É uma história que todos nós já ouvimos falar, mas nunca ouvi isso de um cara que estava lá", declarou o diretor do filme, Gore Verbinski, de 49 anos.
Para a nova interpretação, Verbinski queria atualizar a história, fazendo Tonto mais relevante do que apenas um ajudante. A ideia para torná-lo o narrador "abriu muitas portas" em termos da condução da história, disse ele.
Pelos olhos de Tonto o público vai à origem da história, de como o ex-legislador John Reid, o Cavaleiro Solitário, veio para combater a injustiça no Velho Oeste.
"Essa história não é contada a partir de sua estação de rádio, o estúdio de cinema ou a rede", disse Verbinski. "É contada a partir de Tonto e sua memória – e sua memória pode ser questionável."
Para fazer o ponto de vista autêntico de Tonto, um consultor norte-americano indígena foi usado no set, como conta Verbinski, acrescentando que também conversou com várias tribos para obter corretamente certos detalhes.
Ninguém abraçou o ponto de vista centrado em Tonto mais do que Depp, a quem disseram desde a tenra idade que tinha ascendência indígena.
Desde que a produção do filme da Disney foi acertada, o ator passou a fortalecer seus laços com a comunidade. No ano passado, Depp foi nomeado membro honorário da nação comanche em Albuquerque, Novo México, e também atuou como marechal grande na Feira Nação Comanche, em Oklahoma.