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De acordo com a imprensa americana, por divergência entre produtores e roteiristas, quase metade do filme precisou ser refeita. O próprio Brad Pitt reconheceu que estava faltando alguma coisa para dar liga. O resultado foram sequências inteiras cortadas, outras incluídas e doses extras de ação. Como é um filme de ação, carregado de efeitos especiais com cópias em 3D, especula-se que os custos tenham ultrapassado US$ 400 milhões. Se for isso mesmo, Guerra mundial Z será o mais caro de todos os tempos, ultrapassando a marca de US$ 334,5 milhões de 'Piratas do Caribe: no fim do mundo' (2007). Ou seja, só um estrondoso sucesso de bilheterias salvaria as contas.
O prejuízo batendo às portas explica, um pouco, a saga de Brad e da família ao redor do mundo para a divulgação da nova empreitada. Sobrou até para Angelina Jolie, que encarou tapetes vermelhos na Inglaterra, França e Espanha. A estratégia deu ligeiro resultado. No primeiro fim de semana nos Estados Unidos, 'Guerra mundial Z' perdeu para a animação 'Universidade Monstros', mas os incríveis US$ 66 milhões arrecadados faz dele a melhor cifra em uma estreia de Pitt. No entanto, é melhor ele não se animar tanto. Esse ritmo tende a cair.
'Guerra mundial Z' é um escorregão. Baseado no livro de Max Brooks sobre a invasão de zumbis na terra, o longa é dirigido pelo versátil Marc Foster ('O caçador de pipas e 007 – Quantum of solace'). Brad interpreta um colaborador da ONU escalado de última hora para investigar um método capaz de conter a pandemia apocalíptica.
Como é frequente em filmes que tem figuras ultra midiáticas, tudo gira em torno das atitudes do herói. O problema é que ele nem tem tanto carisma. São poucas as informações sobre o passado de Gerry Lane (Pitt). Sabe-se que ele abandonou a profissão para cuidar da família. Assim que o caos é instaurado, é justamente para garantir a segurança da mulher e das filhas, que topa embarcar para a Ásia em busca do antídoto contra os zumbis.
Ninguém, além de Gerry, tem relevância na trama. A ausência de coadjuvantes marcantes compromete o filme. Afinal, todos os jogos de interpretação presentes existem para destacar a atuação do herói. A escolha pela ação também é clara. O curioso é que, no caso de 'Guerra mundial Z', o 3D foi pura firula, nada que possa acrescentar na experiência do espectador.
Para quem gosta de correria, quebra-quebra, batalhas sangrentas, pessoas em fuga e monstros se transformando a cada minuto, será um prato cheio. O problema, para quem espera um pouco mais de conteúdo, é que fica nisso, com um ingrediente a mais: o exagero. Tem até queda de avião com a sobrevivência restrita aos personagens que interessavam na trama. Assim fica difícil, Brad.
Puxada e tapete
Brad Pitt estava com a visita marcada para o Brasil, mas cancelou por causa das manifestações. De acordo com a comunicação da Paramount, o astro deixou claro que não se tratava de temor em relação à violência. O tapete vermelho de 'Guerra mundial Z' foi cancelado simplesmente porque se trata de um momento festivo e não há clima no Brasil para isso. Ponto para a sensibilidade de quem tomou essa decisão.
Assista ao trailer do filme:
'Guerra mundial Z', superprodução com Brad Pitt, estreia em Belo Horizonte
Apesar dos bons números na estreia, filme vai ter que brigar para se pagar
'Guerra mundial Z' é um daqueles casos em que o buchicho dos bastidores é mais interessante que o resultado. O filme produzido e estrelado por Brad Pitt é forte candidato a entrar para a história de Hollywood como um dos maiores prejuízos. Para se ter uma ideia, o custo declarado do longa foi de US$ 170 milhões; porém, a conta ultrapassou – e muito – o valor anunciado.