No 'Star trek' de quatro anos atrás colocou num mesmo campo dois opostos: os jovens Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto), um pura paixão, outro só racionalidade, como forma de reapresentar os míticos personagens a um novo público. Para este segundo, ele respeitou o passado da série, apresentando muitas referências (que são facilmente notadas, até para quem não as conhece, dada as reações do público), mas deixando caminho aberto para que os neófitos nos tripulantes da Enterprise possam entrar na aventura sem maiores problemas.
Grosso modo, a história tem início com um ato terrorista (nada mais dias de hoje, ainda que estejamos três séculos à frente), ocorrido depois de um incidente galático em que a Enterprise esteve envolvida (e a sequência inicial, graças ao 3D impecável, é daquelas de não tirar os olhos da tela). Só que o inimigo, que leva o nome de John Harrison, agora vem de dentro, o que provoca uma crise tanto entre os tripulantes quanto com a própria Terra. Nada está muito claro, e não cair no simples maniqueísmo é um dos trunfos da história conduzida por Abrams.
No entorno da história principal, outras que justificam a continuidade da franquia. Seremos apresentados a Carol Marcus (Alice Eve), para não iniciados, a mãe de David, filho de Kirk. Mas o relacionamento entre eles ainda não está neste filme, que se aprofunda mais na relação entre Spock e Uhura (Zoe Saldana).
Mas ainda que Pine e Quinto sejam os protagonistas incontestáveis, 'Além da escuridão' pertence a outro: o ator inglês Benedict Cumberbatch, mais conhecido pelo Sherlock da nova versão da BBC para o personagem de Conan Doyle. Antagonista que consegue se comunicar com o público muito melhor do que os próprios heróis, faz de seu John Harrison figura mais do que obrigatória para as futuras sequências. Falar sobre o vilão é entregar o ouro, pois a revelação de sua identidade vai suscitar palmas dos trekkers.
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