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Interpretado por seu ator fetiche Tony Servillo ('Il divo', 2008, também dirigido por Sorrentino), Jep é um escritor veterano e de sucesso com as mulheres que se dedica à vida mundana mais do que à literatura. Comparece a todas as festas e organiza outras em seu apartamento com uma vista magnífica para o Coliseu. Felini e o clássico 'La dolce vita' (1960) são lembrados em todos os momentos nessa homenagem explícita ao mestre italiano.
"Falamos de temas parecidos, há uma ressonância", admitiu Sorrentino à imprensa. Mas rejeitou qualquer comparação "porque 'La dolce vita' é obra-prima". Segundo ele, o filme tenta expressar, e não narrar, certa pobreza, “mas não uma pobreza material, e sim uma pobreza de outro tipo."
'Un castillo en Italia' é emotiva comédia familiar com momentos de tragédia, narrada com o olhar terno da diretora franco-italiana Valeria Bruni-Tedeschi, que passou da atuação para a direção no início de 2000 e que agora faz ambas: dirige e interpreta Louise, a protagonista.
O esplendor perdido dos Rossi-Levi, uma família de industriais do Norte da Itália, é apenas o marco da trama. O tema aqui é a mesma família, especialmente as relações entre irmão e irmã, mãe e filha. A história de amor da protagonista com final feliz é quase um acessório narrativo.
O filme alterna cenas graciosas, em particular a inseminação artificial de Louise, momentos de ternura, como o casamento do irmão no hospital, e trágicos, quando este morre. É o terceiro de Bruni-Tedeschi, o primeiro a competir pela Palma de Ouro. O único filme dirigido por uma mulher dos 20 que aspiram ao principal prêmio, que será anunciado no dia 26.