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O filme, que também conta com Tobey Maguire, Carey Mulligan e Joel Edgerton, estreia sexta-feira nos Estados Unidos e em junho no Brasil, além de ter a honra de abrir o Festival de Cannes em 15 de maio.
Gatsby fascinou várias gerações de cineastas, desde a era do cinema mudo até a adaptação dirigida por Jack Clayton em 1974, com Robert Redford e Mia Farrow como protagonistas, um filme que recebeu dois Oscar.
Agora a missão ficou a cargo do australiano Baz Luhrmann, diretor de 'Vem dançar comigo', 'Romeu e Julieta' (1996), 'Moulin Rouge!' (2001) e 'Austrália' (2008), que adaptou para o cinema o clássico da literatura de F. Scott Fitzgerald, com a cumplicidade de DiCaprio, que veste o terno de corte perfeito de Jay Gatsby.
"Acredito que todos, de certa maneira, se reconhecem em Gatsby", disse recentemente o ator de 38 anos ao apresentar o longa-metragem à imprensa no hotel Plaza de Nova York, uma das locações do filme.
"É um personagem que constrói a si mesmo com sua imaginação e seus sonhos, sai de sua própria juventude miserável no Meio Oeste para criar esta imagem do grande Gatsby. Em certo sentido é uma história profundamente americana", prosseguiu.
No romance, Scott Fitzgerald utiliza o personagem de Gatsby, com sua riqueza misteriosa e fabulosa (obtida com o único objetivo de conquistar Daisy, interpretada por Carey Mulligan), para descrever os Estados Unidos dos anos 1920 e sua arrogante prosperidade, na qual já era possível observar sinais de queda.
"Temos esta jovem democracia, os Estados Unidos dos anos 1920, e Gatsby que deseja ser o Rockefeller de seu tempo", disse Leonardo DiCaprio.
"Obviamente, ele fez fortuna ilegalmente, mas os Estados Unidos eram um país jovem, era uma época emocionante e acredito que todos podemos nos reconhecer neste sonho. Todos nos sentimos fascinados por alguém que tem tanta ambição".
Rodado na Austrália, 'Gatsby' se beneficia de uma produção esmerada, com bela direção de arte e figurino suntuoso.
Apesar de Baz Luhrmann não demonstrar paixão pela abordagem do declínio do império americano, ele se rende ao filmar as festas organizadas por Gatsby em sua mansão, cenas nas quais o diretor parece obedecer, assim como o personagem, a regra do "nada é excessivo".
Também aplica uma receita já testada em sua filmografia, que consiste em utilizar uma música anacrônica para os filmes de época: os convidados de Gatsby dançam ao som de Jay Z, Florence+The Machine, Fergie e Nero.
O cineasta explica que estas foram as músicas que utilizou no set para "liberar" os atores, em particular em uma das cenas de "orgia".
"Faltavam 20 minutos para que terminasse o dia e ninguém tinha a sensação de que havíamos conseguido uma festa desenfreada", recordou.
"Então, no meio de um trecho de jazz, coloquei, muito alto, a canção 'Niggas in Paris' de Jay Z, que foi misturada com o jazz, e a coisa decolou".
O narrador da história, Nick Carraway, vizinho e amigo de Gatsby, é interpretado por Tobey Maguire, que na vida real é um grande amigo de Leonardo DiCaprio. Eles se conheceram durante os testes para uma série de TV de comédia há mais de 20 anos.
A relação foi aproveitada no filme, segundo Maguire. "Gatsby manipula Nick, mas, no fim, terminam em uma verdadeira amizade, talvez a única de Gatsby. Isto é muito importante", disse o ator.
"Tenho muito afeto por Leo, assim não foi difícil mostrar afeto por Gatsby quando estava na pele de Nick", completou.
"Tobey e eu sempre fomos tremendamente honestos um com o outro. E não sei se este projeto teria sido possível sem esta relação", confirmou DiCaprio.