Curiosamente, a coletiva de lançamento de A busca ressuscitou o sucesso do filme O palhaço. Dirigido e estrelado pelo ator Selton Mello, o título lançado em 2011 acumulou, pelo menos, 1,5 milhão de espectadores no Brasil. “O palhaço abriu um precedente bom para o que a gente está falando aqui. O cinema brasileiro precisa estreitar a relação com o mercado sem perder a qualidade. Não quero falar mal das comédias (em referência aos títulos da Globo Filmes), até acho bacanas, mas o Brasil tem uma herança do cinema novo muito forte, porém de pouca relação com o público pagante”, defendeu o ator Wagner Moura, que citou O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, como exemplo de bom filme nacional recente.
A comédia existencial de Mello foi usada como um parâmetro perseguido por A busca, primeiro longa de Luciano Moura (diretor de comerciais e da série televisiva Filhos do carnaval). Na nova produção da O2 filmes, Moura é a aposta do intérprete com carisma para atrair público em lançamento médio, feito com a estrutura da Globo Filmes, com apenas 180 cópias. O título arrebatou o prêmio de público do Festival do Rio de 2012 e participou da mostra competitiva do Festival de Sundance, nos EUA.
O ator, um dos campeões de bilheteria no Brasil (12 milhões de espectadores em Tropa de elite 2), encabeça o elenco de um thriller centrado em núcleo familiar. A ação começa quando o filho adolescente de um casal em processo de divórcio desaparece (voluntariamente) de casa. “Eu não via nenhum ator com idade para o papel até assistir ao filme de Vicente Amorim, O caminho das nuvens. Wagner ainda não era pai, mas encarnava uma figura paterna de forma tão verdadeira… Vi um tipo de interpretação que eu não via no cenário. Isso é meio antigo e o Wagner ainda não havia estourado, mas sempre pensava no nome dele enquanto escrevíamos o roteiro”, relembra Luciano Moura, diretor e co-roteirista, ao lado de Elena Soarez, com quem é casado.
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