Os foliões do bloco Acorda Amor mostraram na manhã desta quarta-feira de cinzas (26) que ainda têm pique para o pós-carnaval. A concentração do bloco que homenageia o cantor e compositor Chico Buarque começou por volta de 9h e centenas de pessoas – entre crianças, adultos e idosos – deixaram a preguiça de lado para cantar e dançar as canções de Chico em ritmo de carnaval.
Como o período oficial da folia na capital mineira segue até domingo (1° de março), quem curtiu pouco ou está com gostinho de quero mais, pôde aproveitar a folga para ir para o bloquinho. “Como hoje eu não trabalhei, aproveitei para vir, rebater a ressaca e tomar a saideira”, disse Bruno Cunha, interrompido em seguida pelo amigo Ciro Gaspar, que lembrou: “Final de semana tem mais, vamos também”.
Um dos foliões mais animados e gliterinados da praça, Igor Maciel também demonstrou empolgação para encarar o pós da festa de Momo. “O carnaval é uma grande festa e essa ideia de demonizar o carnaval tem que acabar. Olha a alegria que é o carnaval, é um momento de recarregar as energias. Consegui participar do pré-carnaval e agora quero aproveitar o pós. É só daqui para frente que começa o ano novo.”
O tom político também não abandonou a festa. A cantora e idealizadora do bloco, Luísa Barros, interrompeu o refrão da música As Caravanas para criticar a gestão do atual governador Romeu Zema. “A gente não precisa de você para fazer carnaval. Fora Zema!”.
“Nossa bateria fez uma vaquinha para colocar o bloco na rua, fazer carnaval é muito trabalhoso, mas também é um prazer enorme. Eu sou muito fã de Chico e cantar as canções dele nesse momento no nosso país é uma forma de resistir”, explicou a cantora do bloco, no intervalo entre uma música e outra.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira