A letra de um samba clássico de Zé Keti (1921-1999) diz assim: “Amor de carnaval desaparece na fumaça, saudade é coisa, que dá e passa”... Conhecem? E aí perguntamos, folião: será que a “fumaça” foi só uma desilusão do compositor ou, em tempo de Contatinho, na voz de Léo Santana e Anitta, tudo acaba mesmo em segundos ou só hoje, quarta-feira de cinzas? Casais que se conheceram durante a folia de Momo provam que o amor de carnaval pode ser “eterno, enquanto dure” e vale o carinho diário para não acabar. Tipo regar uma flor, entende?

Querem ver? O empresário Fabrício Almeida e a engenheira Rafaella Rabelo, moradores do Barreiro, em Belo Horizonte, se conheceram no carnaval e estão juntos há um ano. Na manhã de segunda-feira, pulando no Não Acredito Que Te Beijei, os dois comemoraram o aniversário do relacionamento de forma bem adequada ao nome do bloco, existente há três anos: com um beijo bem perto da bateria. E o que faz esse amor durar?, perguntou o repórter. “É o amor”, respondeu Fabrício. E mais beijo no casal com uma camisa vermelha, que é do time de handebol no qual Rafaella joga.

Já no Juventude Bronzeada, que desfilou ontem no Bairro Floresta, na Região Centro-Sul da capital, o amor vai muito além de um encontro na folia. Daniel Pacheco e Isabelle Fraga se casaram, no ano passado, durante o desfile do bloco, no qual ele toca surdo e ela repique. Juntos há cinco anos, sem filhos, os dois se conheceram numa apresentação da Juve, como os integrantes chamam o bloco, durante a Virada Cultural na cidade. Daí em diante, não se desgrudaram. Para o amor continuar em todas as estações, eles têm a receita: paixão, compreensão, confiança, respeito à diversidade e muita cumplicidade. “Você vê: ficamos distantes na bateria, por causa dos instrumentos, mas a confiança impera”, afirma Daniel.

E para mostrar que o amor ainda impera nesta quarta-feira de cinzas, o Acorda Amor fará seu cortejo a partir das 9h, no Bairro Esplanada, na Região Leste de BH. O bloco, criado em 2017, homenageia o cantor e compositor Chico Buarque. No repertório, clássicos e sucessos do artista nos mais variados ritmos carnavalescos.

É o fim. Nossa equipe foi engolida pelo bloco. "Uai, estamos no Uai, falando uai, porque 'nós é mineiro' uai", resumiu o folião anônimo do Funk You neste último episódio do “Tô no carnaval, Uai”. Em 2021, a gente volta com nosso já tradicional microfone aberto no meio da folia. Em uai.com.br/carnaval você confere as aventuras e desventuras dessa moda que a gente inventou em 2020.