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Bebida do carnaval de Belo Horizonte tem 'sabor de ousadia'

Vinícius e Laura investem na Ousadia, sensação alcoólica do carnaval - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PressO líquido toca a língua e o gosto de “suco de pozinho” é logo sentido pelo folião. Então, ele passa pela garganta e a sensação, agora, é de que há algo queimando por dentro, como se fosse um gole forte de vodca. A ação é repetida mais algumas vezes e, aí, a bebida finalmente ativa. Depois disso, é melhor perguntar a seu amigo o que acontece….


 
A bebida em questão é a Ousadia, nova sensação do carnaval de Belo Horizonte, que é produzida pela Arbor Brasil, mesma fabricante da catuaba Selvagem, que já foi estrela na cidade . De várias cores – verde, amarelo, laranja e vermelho – e poucos sabores, o drink caiu no gosto dos foliões este ano. E é bom avisar que o verbo tem dois sentidos: é beber e cair. Com meio litro de muita cor e 13,5% de muito álcool, a bebida é sempre vista na mão dos foliões.
  
“Fico arrepiada quando bebo esse tipo de coisa. Parece álcool com corante”, diz uma jovem que já teve a ousadia em experimentar a novidade e prefere manter distância da garrafa. Por outro lado, há quem tenha aderido à nova sensação e comprovado que a moda, durante o carnaval, também passa pela garganta. Segurando uma ousadia verde, “sabor limão”, Willian Lima, de 23 anos, não mostra nenhuma dúvida ao falar sobre a bebida: “É mil vezes melhor do que corote de limão”, afirma ao comparar com a bebida que mais fez sucesso na folia do ano passado.
 
SUCESSO
 
Ao curtir o cortejo do Angola Janga, na Praça Sete, com uma blusa verde estampada com a frase “Cruz Quero”, João Victor, de 23, celebra a nova bebida. “É melhor que corote, porque além de embriagar, nos dá ousadia”, diz o não tão sóbrio folião.


 
 
Quem comemora também o sucesso da bebida são os ambulantes, que com a grande procura, chegam a vender o álcool por R$ 10.  “Essa playboyzada gosta, então a gente vende”, explica Vinícius, de 18 anos, que vende Ousadia em um pequeno cooler, junto com sua namorada Laura Araújo.
 
“A gente fala que é gostoso, mas nem sabemos o gosto”, confessa outra ambulante, Ivone das Graças, de 43. Ela conta que, atualmente, a bebida é a mais vendida. Desde sexta, quando o carnaval começou, Ivone já vendeu 6 caixas de 15 garrafas. “Ousadia é o que mais vende, o Corote – que brilhou no ano passado – já está saindo de moda”.  O preço, segundo ela varia, de R$ 5 a R$ 10, dependendo da região por onde passa o bloco.
 
Além do Ousadia, outra bebida que atrai os foliões é a Skol Beats GT (com Gin Tônica). A Lata de 269 ml chega a superar os R$ 10, sendo encontrada, mesmo na Região Central de Belo Horizonte, onde os preços costumam ser menores, por R$ 12.
 
Ao mesmo tempo, apesar de todas as inovações, os ambulantes confirmam: a boa e velha cerveja segue sendo a mais procurada. Custando, em média, R$ 6, os latões de Skol, Brahma e Budweiser são vendidos por praticamente todos os ambulantes da capital mineira. “A Brahma continua imbatível”, explica Guilherme dos Santos, ambulante que vendia vários tipos de bebida na Praça Sete, na tarde de ontem.