“A nossa proposta agora é promover uma folia sustentável, com diversão, mas sem agredir o patrimônio histórico e amenizar os impactos para a população local”, afirma o diretor de Turismo da Prefeitura de Diamantina, Luciano Amador Júnior.
Ele explica que a ideia é a realização de uma festa mais organizada, sem a “invasão” que Diamantina sofreu durante o período da festa momesca no passado, quando a cidade recebia uma quantidade de foliões muito superior à sua capacidade e enfrentava problemas como a falta de água, depredação do patrimônio histórico e “xixi” nas ruas.
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“Na década de 1990, Diamantina foi a vanguarda do carnaval com a criação dos grupos de bartucada. Agora, a cidade inova mais uma vez com o espaço radical na festa. Queremos relaqualificar o carnaval, o potencializando o convívio dos foliões com a natureza e com os atrativos da região”, assegura Luciano Amador Júnior. Ele foi um dos criadores da “Bartucada”, que surgiu no carnaval diamantinense, junto com a “BatCaverna”.
50 blocos comandam a festa
Os moradores e visitantes curtem a folia nas ladeiras, praças e outros pontos do centro históricos de Diamantina “puxados” por 50 blocos. A Rua da Quintanda, conhecida pelas apresentações da famosa “vesperata”, é o local mais fervilhante da folia na cidade histórica, sendo também o ponto de passagem obrigatória dos blocos.
No final da tarde deste sábado, os foliões da Rua da Quitanda foram animados pela banda do “bloco “Chega Chegando” e pelos grupos “9dade” e “Sambeco”.
O Bloco “Xai Xai” fez o seu desfile pelas ladeiras do Centro histórico e também “passou” pela Rua da Quitanda”, com muita irreverência e animação. Numa prova de que o carnaval realmente atrai os personagens inusitados, apareceu até um astronauta da Nasa entre os foliões fantasiados.
À frente do bloco desfilou o artista plástico Marcelo Brant, que contou que participa do carnaval diamantinense há mais de 30 anos. O artista plástico disse que, além de confeccionado a sua carregada fantasia, foi o responsável pelos estandartes de seis blocos e pelas vestimentas de vários outros foliões.
“Coloco o meu ateliê para andar com as pessoas no carnaval”, declarou Brant.