O segundo dia do período oficial do carnaval em Belo Horizonte começou com toda animação da América Latina. O Bloco Cómo te Lhama? nasceu do encontro entre artistas brasileiros e latino-americanos residentes em BH que têm como interseção o carnaval de rua e a paixão pelos ritmos latinos.
A folia começou às 11h na Rua Belém, no Bairro Saudade. De acordo com a organização, a festa deve ir até às 16h. O produtor de eventos João Cabral, de 26 anos, é quem teve a ideia de criar o bloco há quatro anos. "A ideia é trazer a matriz latino-americana pro Carnaval de BH. Aqui tem argentino, chileno, boliviano, brasileiro. Tem todo mundo", conta. O público, estimado em 10 mil pessoas, dançou e cantou com a pluralidade musical. No trio, a banda embalou os ritmos de salsa, cumbia, mambo e rumba.
Com fantasias coloridas, os foliões desceram a Rua Belém com sorrisos mesmo debaixo da chuva fina que começou a cair no início da tarde. O cortejo é itinerante e procura sempre uma referência geográfica. João Cabral explicou que, em 2018, o desfile foi na Avenida Augusto de Lima (Lima em referência à capital do Peru).
A artista Brisa Marques, de 34, ama o carnaval e procura por acessibilidade. "Estou adorando esse trajeto que me traz a possibilidade de ser deficiente e curtir o carnaval" disse. "Essa integração tem a maior importância do mundo. Tudo que é universal faz com que pessoas diversas celebrem junto. Faz com que a pessoa com deficiência tenha mais vontade de viver", elogia Marques, acrescentando que espera que o critério de acessibilidade seja pensado por todos os blocos de carnaval.
O filho de Ana Tereza, de 33, já vai nascer pulando carnaval. A cenógrafa, que está grávida de sete meses, garantiu que não perde as festas do período carnavalesco. "Acompanho o carnaval de BH desde o início. Desde 2008 sempre toquei. Como agora não consigo muito, vim só pra curtir", disse.
Para ela, o Como Te Lhama? representa mais que geografia. "Temos muito de história de luta e conquistas. O bloco é a prova de que podemos nos juntar muito mais. Essa cultura que também convidou toda equipe que integra o corpo de dança e música do bloco. "Tenho paixão latino-americana. É fundamental valorizar onde a gente está. O Brasil sempre se separou muito, mas somos todos um só", disse a artista Dagmar Bedê, de 32.
Para ela, o Como Te Lhama? representa mais que geografia. "Temos muito de história de luta e conquistas. O bloco é a prova de que podemos nos juntar muito mais. Essa cultura que também convidou toda equipe que integra o corpo de dança e música do bloco. "Tenho paixão latino-americana. É fundamental valorizar onde a gente está. O Brasil sempre se separou muito, mas somos todos um só", disse a artista Dagmar Bedê, de 32.
Para ajudar na segurança do trio, os amantes do bloco controlavam a corda de acesso. "É muito bom esse bloco por causa da energia. A música também é tudo. Ter cumbia no carnaval mostra a nossa raiz, de onde a gente veio", comemora a profissional de educação física, Lucilene Amaral, de 34.
A festa que antecede o feriado de carnaval atraiu Delza Carvalho, de 49. "Esse pré-carnaval é para os belorizontinos. O carnaval é para turistas", disse. A consultora de negócios foi ao bloco ano passado. Neste ano, ela levou o marido e o filho de 7. "Tem uma história muito linda. Pena que eles não conseguiram acompanhar e foram embora. Mas eu fiquei, pois eu viria de qualquer jeito."