Criado em 2011 e virando tradição no calendário do carnaval de BH, o Concurso de Marchinhas Mestre Jonas chega à sua 9ª edição sob intensa efervescência cultural e política. Com cerca de R$ 18 mil em premiações, a seletiva ocorre nesta sexta-feira (7), com direito a baile no Mercado Distrital do Cruzeiro. O prêmio para o 1º lugar é de R$ 5 mil, 2º, R$ 3 mil e 3º, R$ 2 mil.

Já na categoria Hit do Carnaval, a premiação é de R$ 5 mil para o campeão. A finalíssima será na sexta-feira (14), no mesmo local, durante o Baile da Finalíssima e concurso de fantasias. Nesta primeira etapa foram selecionadas 15 marchinhas e cinco músicas com potencial para bombar na festa carnavalesca. Houve média de 100 inscrições.

Os arranjos são do músico Thiago Delegado. As eleitas 10 melhores marchinhas e três das músicas concorrentes a hit estarão na final. “Criamos o concurso em 2011, no movimento de renascimento do Carnaval de BH. Percebemos que estava começando uma produção ainda incipiente de músicas de carnaval”, diz o produtor cultural Kuru Lima.

Para ele, os blocos tinham a necessidade de cantar a cidade. “Foi mais do que simplesmente uma coisa carnavalesca propriamente dita, com a redescoberta da cidade pela juventude, pelas pessoas que passaram a revisitar suas ruas com outro olhar. É um movimento de ocupação e de ressignificação. E foi aí que começaram a surgir as músicas que falam das nossas coisas, de BH, de Minas e do nosso carnaval e até de política”.

Ele afirma que havia necessidade de criar um canal de vazão de tudo o que ocorria naquele final de 2011. “Percebemos que tínhamos de fazer uma ação que ecoasse aquilo com mais força ao longo dos anos e que também o país inteiro pudesse saber do carnaval de BH. Era uma forma que entendíamos ser inteligente, porque, de certa maneira, a música sempre levou os carnavais e a cultura das cidades, como o axé do baiano”.

Kuru ressalta que a expansão dos blocos acabou abrindo espaço para outros gêneros. “Como o volume de canções de carnaval que não é necessariamente de marchinhas cresceu assustadoramente, no ano passado decidimos abrir uma segunda categoria, a Hit”.

Cantora e contadora de histórias carioca, mas residente em BH, Jhê Delacroix ganhou o concurso duas vezes, em parceria com Helbert Trotta, mas não está concorrendo neste ano. “Em 2017, ganhamos com O baile do cidadão de bem e, em 2019, com É Carnaval em BH. Sou a primeira mulher a ganhar e a primeira bicampeã”, orgulha-se.

O músico Vitor Santana venceu no ano passado na categoria Hit do Carnaval, com Funaná do Moreré. “É uma canção que tem tudo a ver com essa pegada de Carnaval. Já tinha uma certa projeção, mas acabou ganhando outra muito maior. Essa categoria abre mais uma porta. Esse evento é uma das grandes plataformas de lançamento de música. É uma outra forma de aproveitar essa sensação que virou o Carnaval de BH para projetar o nosso trabalho”.

Quem não deu Damares (Alexandre Rezende)

O que vale é a vida (Da Macedônia)

Chupe-chupe lambe-lambe (Marcos Frederico/Vitor Velloso)

Me beija que eu tô no SPC (Tiago Nonato)

Parente bolsominion (Lulu Rimasserta/Fredim Santos/Guto da Lagoa)

Mimosas borboletas (Celinha Braga)

A terra é redonda (Matheus Brant)

Eu avisei (Bárbara Quadros/Lara Melo/Pedro Rangel)

Chuva de culpa (Gabriel Arruda/Filipe Gonçalves)

Xô, preconceito (Batista Coqueiral/Mestre Joãozinho BH/Régis da Vila/Maurílio Terra)

Marchinha da droga do parlamentar (Caio Martins da Costa/Fernando Boechat Paschoal)

Lagoinha meu amor (Zé Turkin/Romoaldo Riobaldo)

Manja VI (Léo Índio/Thomas Barrafunda/Kadu Kerále)

Marcha da liberdade (Makely Ka)

Folia mineira (Flávio Boca/Vitor Veloso)

A dancinha da 3ª Guerra Mundial (Vitor Velloso/Marcos Frederico/ Matheus Brant)

Hino do sai pra lá capeta (Rodolfo Pinhón Bechtlufft/Luísa Filizzola)

Me beija, Beth (Matheus Brant/Lucas Fainblat)

Rua do Bonfim (Bruno Assunção)

Solta o espartilho (Marcelo Veronez/Lira Ribas/Ethel Braga/Gregório Pimenta/Ana Reis/Cris Cunha)

Mercado Distrital do Cruzeiro, Rua Ouro Fino, 452, Cruzeiro, Belo Horizonte, (31) 3284-0709. Sextas-feiras (7 e 14), às 20h. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada e também para quem for fantasiado).