Bloco na rua: ambulantes esperam faturar até R$ 5 mil no carnaval de BH

Começou nesta quinta (06) a entrega do credenciamento e dos kits de cerca de 15 mil pessoas que devem trabalhar durante a folia na venda de bebidas

Márcia Maria Cruz 06/02/2020 11:20
Paulo Filgueiras/EM/DA PRESS
Rubens Borges já é conhecido entre os foliões como Michael Jackson (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PRESS)

Em meio aos quase 15 mil ambulantes que devem formar o bloco imprescindível para a folia, o de vendedores de bebidas, água e refrigerantes, Rubens Borges, de 52 anos, destaca-se. Desenvolveu estilo próprio para atrair atenção diante de tanta gente fantasiada e colorida. Dançarino de black music, integrante do movimento black soul, ele se veste de Michael Jackson. "Ganho na simpatia. Danço no meio do pessoal", diz sobre como conquista os foliões.

 

A festa começa oficialmente no sábado (8), com 50 blocos  e segue até  1º de março. A previsão são 5 milhões de foliões nas ruas. Começou nesta quinta (6) a entrega do credenciamento aos quase 15 mil ambulantes que trabalharão durante os 23 dias de folia. Confira o mapa dos blocos de rua de BH" em destaque

 

Rubens trabalha como ambulante no carnaval de rua de Belo Horizonte há sete anos e, para este ano, espera conseguir vender pelo menos R$ 6 mil. "Estou muito animado. Vou arrebentar a boca do balão", diz. Mãe e filho, Regina Soares, de 47, e Matheus Antônio, de 19, trabalham juntos e em sintonia.

 

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Mãe e filho, Matheus e Regina estão animados para a folia (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PRESS)
Ao retirar o credenciamento, estavam bastante animados com a folia.  "As expectativas são as melhores possíveis, apesar de termos passado por tantas tragédias nos últimos dias com a chuva", disse Regina. A meta é vender toda a cerveja que ela vai comprar, mas ela não revela o quanto. "Vamos vender tudo. É a época do ano que a gente consegue ganhar um dinheirinho", afirma.

 

Durante a festa, mãe e filho se ajudam para atender à demanda dos foliões, que é intensa. "Trabalhamos 10, 20 horas. Já viramos, trabalhando 24 horas. Na sexta para o sábado, a gente emenda para estar bem cedo no Então, Brilha!", diz Regina sobre o sábado que antecede o feriado de momo. Fora do período carnavalesco, mãe e filho trabalham como ambulantes.

 

Roberta de Carvalho, de 50 anos, já está planejando a fantasia. Este ano, o carrinho recebe a alegorias de "vaquinha". Ano passado, ela se vestiu de tigresa. "Todo ano, trabalho. É um jeito de ganhar dinheiro extra", afirma. Ela pretende superar as vendas do ano passado, quando conseguiu vender cerca de R$ 3 mil em cervejas. Para 2020, a expectativa é vender pelo menos R$ 5 mil. "Estou muito animada. Gosto muito de carnaval. Já fui da bateria do Bloco Inocentes de Santa Tereza", revela.

 

Os ambulantes também têm seus blocos preferidos. Rubens acompanha o Tchanzinho Zona Norte, que sai na Pampulha, o Juventude Bronzeada, que costuma sair na Floresta, e o Padreco, que desfila pelas ruas do Padre Eustáquio.  Os preferidos de Roberta são o Baianas Uzadas e Havayanas Usadas.

 

 

 

CAPACITAÇÃO

 

A diretora de eventos da Belotur, Mará Costa, informou que 14.860 pessoas fizeram o cadastro, previamente em dezembro. Ela lembra que mais importante do que pegar a credencial, é o momento de troca com o ambulante. "O ambulante é fundamental para o carnaval de Belo Horizonte, uma festa muito espalhada pela cidade", diz.

 

O número de ambulantes teve aumento de 1,2 mil em relação a 2019.  "Eles podem vender qualquer tipo de produto em lata ou garrafa de plástico. Não pode garrafa de vidro em hipótese alguma ou bebida fracionada, dose", informou.

 

Durante a palestra, eles recebem informações sobre como manejar o lixo gerado, contra o trabalho infantil, como atender pessoas com deficiência. "Queremos trazer mensagens para esses ambulantes e contribuir na operação durante os 23 dias", afirma Mará. Ano após anos, os ambulantes aumentam o interesse de se credenciarem. "Eles querem estar legalizados para não correr nenhum risco na rua", diz.

 

 

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