Além do confete, alegria e muito glitter, um mar de latinhas, garrafas de bebidas, plásticos, restos de fantasia tomou conta das ruas de Belo Horizonte nos quatro dias de folia. É bem provável que a maior parte dos cerca 5 milhões de foliões não tenha visto o rastro de sujeira deixado pela passagem dos cerca de 600 blocos em toda a cidade.
#CarnavalBH Parabéns para os 1,3 mil garis que atuaram na limpeza das ruas de BH durante os quatro dias de folia. Nesta quarta-feira de cinzas, enfim, os garis puderam festejar no Desfile do Bloco da Limpeza na Avenida Afonso Pena.
%u2014 Portal UAI (@portaluai) March 6, 2019
%uD83C%uDFA5Márcia Maria Cruz /EM pic.twitter.com/QD7JiqywgH
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Capricharam nas alegorias e adereços e foram aplaudidos pela população também por essa evolução na avenida. Com óculos escuros brancos e o tradicional uniforme laranja, Diego de Jesus, de 24 anos, comemorava a possibilidade de ter integrado o bloco da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) como contratado temporário. “Não foi fácil. É um serviço cansativo, mas dá para suportar a carga horário. Fiz o meu melhor”, disse. A oportunidade de trabalhar depois de quatro anos desempregado foi comemorada. “Mudou a minha vida. Estava desempregado há quatro anos, agora tenho de onde tirar o meu pão de cada dia”, afirmou.
A evolução do Bloco da Limpeza, no desfile pela Avenida Afonso Pena, foi embalada pelo bloco Besta é tu e também pela Banda da Guarda Municipal. E os garis mostram que são bons tanto na varrição quanto no samba no pé. Como demonstrou Isaac Izidoro de Oliveira, de 27, que integrou a equipe 1 de limpeza da região da Savassi. “A gente fazia a varrição e a coleta. A gente encontra de tudo que se possa imaginar”, afirma.
O Bloco da Limpeza já havia se apresentado em 1993 e 1994, mas ficou um tempo sem se desfila e retomou o cortejo neste ano. “O bloco resgata e homenageia os profissionais da limpeza. Volta o olhar para as pessoas que limpam a cidade”, afirma a diretora de operações da SLU, Andrea Froés. Ela destacou o envolvimento da população com os garis no trajeto do desfile, nesta quarta. Andrea destacou o aumento na quantidade de material reciclado recolhido, graças a atuação de 100 catadores de papel. Ela também lembrou que reduziu a quantidade de vidro recolhido, passando de de 24 toneladas no carnaval de 2018 para 16 toneladas neste ano.
SUPER-HERÓIS Thiago Viana, de 4 anos, pediu para os pais a roupa dos super-heróis preferidos, os garis. O pequeno dançava animado no cortejo do Bloco da Limpeza, que desfilou pela Avenida Afonso Pena, da Praça Sete até a sede da prefeitura nesta quarta-feira de cinzas. "Não tem nenhuma influência nossa. Ele chama os garis de joias e adora brincar de gari", afirma a mãe do menino, a engenheira Rosilene Viana, que trabalha há 17 anos na Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).