O Monobloco, bloco de alma carioca, ganhou o coração dos mineiros. Com presença no Rio de Janeiro, São Paulo e em Belo Horizonte, o bloco é autoridade em carnaval. E o vocalista Pedro Luís destacou a peculiaridade da folia belo-horizontina. "A diferença é que o carnaval de BH é muito mais politizado. E, este ano, nosso tema é justamente sobre a voz das mulheres", diz.
No terceiro ano em que desfila em Belo Horizonte, na Pampulha, o grupo exaltou a temática "Abram alas para elas — Homenagem às mulheres da música brasileira", escolhido de forma democrática entre os integrantes das três capitais.
Além dos clássicos sempre presentes no repertório do bloco, incluindo Taj Mahal, Fio Maravilha e É hoje, por exemplo, o grupo fez homenagem especial a Chiquinha Gonzaga, autora de Ô abre alas, uma das primeiras batalhadoras a se firmar na música popular brasileira, e sucessos na voz de outras mulheres, como Coisinha do pai (Beth Carvalho), Sonho meu (Dona Ivone Lara), Uma noite e meia (Marina Lima), além de hits mais recentes de Anitta, Ludmilla e Iza, com Essa mina é louca, Din Din Din e Pesadão, respectivamente. A folia também foi embalada por canções de Maria Rita, e dos mineiros do Skank.
O vocalista Pedro Luís fez um alerta importante para a saúde logo no início do desfile. "O Brasil teve um aumento significativo de câncer de pele, principalmente os homens.
A temática dos astros fez a cabeça das foliãs. A nutricionista Thayana Oliveira, de 28, é a síntese de tudo que bombou nas fantasias do carnaval de 2019, com um adereço de lua e estrela pratas. A mesma cor prata também foi destaque da festa momesca, sem falar no modelo cropped e hotpants, que são nada mais nada menos do que miniblusa e minishort. "Hoje estou de guardiã das galáxias. Pesquisei muito no Pinterest e sempre troco fantasias com minhas amigas", disse. Thayana estava curtindo o Monobloco. "Pena que fica cheio e a gente não consegue chegar tão perto", comenta.
A enfermeira Margarida Souza, de 49, tocou pelo segundo ano consecutivo na bateria do Monobloco. Ela participa das oficinas do grupo e viveu hoje, quando o bloco desfila em frente ao Mineirão, mais um grande dia.
BATERIA
Com 19 anos de estrada, o Monobloco transcendeu as fronteiras do carnaval carioca. A formação de músicos é uma das frentes de trabalho, desenvolvida também em BH e em São Paulo. Cerca de 80 ritmistas compõem a bateria em Minas, todos alunos da oficina do Monobloco. O grupo, que arrastou uma multidão nesta terça-feira em BH, desfilou dia 24 de março na capital paulista e fecha o carnaval na cidade natal, com desfile dia 10, no Rio.
* Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen
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