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Ampliado e sob aplausos dos foliões, Corte Devassa prega 'resistência' por tragédia em Brumadinho

Perucas do tempo de Maria Antonieta, reis cobertos de pancake, da corte inglesa, roupas de veludo num calor escaldante e muita gente à vontade, de meia arrastão e cílios enormes. Com muito brilho, "carão" e roupas bem trabalhadas, o bloco Corte Devassa fez desfile - o oitavo, na história do carnaval de Belo Horizonte - na Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, na Região Centro-Sul. O atraso de quase duas horas deixou alguns foliões ligeiramente irritados, mas umas das organizadoras, Lira Ribas, disse que o bloco tinha até 21h para fazer seu cortejo.

Formado há oito anos por alunos do curso de teatro da Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes), o bloco atrai uma multidão de foliões bem-humorados e criativos. Cada um capricha mais no traje 'devasso'. Ator, diretor e figurinista, Fred Mozart 'encarnou' uma rainha devassa e arrastou muitos súditos, que posaram perto dos peitos enormes e desnudos da monarca irreverente. "Está tudo ótimo, adoro a festa", disse Fred.

Bailarino e especialista em pole-dance, Tiago Gambogi veio especialmente da Inglaterra, onde vive há 22 anos, para brincar. "Estou fantasiado de guerrilheiro urbano", afirmou Tiago, que trazia na cabeça um capacete feito com vassoura e uma tela de plástico sobre a malha azul.

Já o gaúcho professor de jornalismo Felipe Viero colocou uma  peruca rosa e contou que estavam homenageando uma professora de moda, sua amiga.

Em memória às vítimas da tragédia em Brumadinho, o bloco toca com tema: Ser feliz é ato de resistência. Não queremos lama, queremos rio vivo.
Não queremos gaiolas, queremos corpo livre. Desta vez, o bloco incorporou a sua bateria 40 instrumentistas de sopro e a multidão aplaudiu.

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