O Carnaval 2019 em Belo Horizonte não para. O Bloco Havayanas Usadas se concentrou na Avenida dos Andradas na manhã desta segunda-feira e fez sucesso. Em seu terceiro ano, o bloco levou o tema Soy Loco por Ti Carnaval, homenageando os países latino-americanos. Fantasias dos foliões em tema tropical não economizam nas flores, frutas e estampas.
O bloco começou com abertura surpresa. No chão ficaram somente com instrumentos, com balões amarelos e laranjas, e os músicos se retiraram do espaço. Com a música Soy Loco por Ti América, começou o desfile.
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A bateria contou com 160 ritmistas e cada ala abordou um tema, sempre numa referência à América Latina. Um deles, por exemplo, Ni una a menos, campanha argentina contra o feminicídio.
As fantasias coloridas e divertidas marcaram presença em peso. Chaves, Chiquinha até os Menudos foram no Havayanas Usadas. Não faltam também saias em camadas, flores e brilho, muito brilho.
No ano passado, o Havayanas arrastou 200 mil pessoas pela Avenida dos Andradas, na altura dos Bairros Sagrada Família e Esplanada. A expectativa deste ano foi repetir o público do ano passado.
Hora de dar à voz
O desfile abordou causas sociais urgentes e atuais. As alunas da ONG Transvest, que apoia a educação de pessoas trans, foram convidadas para serem as musas do bloco.
Ludmila Ferraz, de 28 anos, uma das alusas musas do bloco estava em êxtase, sambando, dançando e mostrando que não é à toa que é musa. "Hoje podemos mostrar que temos capacidade pra tudo. Pra ser musa, pra trabalhar, estudar", diz. Ludmila sonha em se formar como assistente social.
Além disso, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também participou do bloco, chamando atenção não apenas para Brumadinho, mas para tantas tragédias que já aconteceram e o risco de novas.
Homenagem à Brumadinho
A bateria entrou em passeata carregando uma faixa "O carnaval de BH está com Brumadinho e Mariana", em homenagem às vítimas do rompimento de barragens. O desastre em Brumadinho, em 25 de janeiro, deixou 186 mortos e 122 pessoas seguem desaparecidas.
Débora Mendes, uma das fundadoras do bloco, explicou que a homenagem às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho foi escolhida para iniciar às 12h28. “Na hora exata do rompimento da barragem vamos fazer uma intervenção e uma homenagem às vítimas", disse.