Contando ninguém acredita, mas ontem estive cara a cara com Freddie Mercury

O jornalista do EM, Gustavo Wenerck, fala sobre o encontro no Bloco Pacato Cidadão, na Avenida Bandeirantes, no Bairro Mangabeiras

por Gustavo Werneck 04/03/2019 09:42
Sidney Lopes/EM
O jornalista do EM, Gustavo Wenerck e o advogado Hugo Leonardo Amaral, vestido de Freddie Mercury (foto: Sidney Lopes/EM)
Contando ninguém acredita, mas ontem estive cara a cara com Freddie Mercury. Rock no samba, mas como assim? Pois é, ele estava feliz da vida, acompanhando o Bloco Pacato Cidadão, na Avenida Bandeirantes, no Bairro Mangabeiras, e até fez pose para mostrar os músculos. Como no carnaval (quase) todas as fantasias se realizam, e a imaginação tem mais asas do que anjos, o advogado Hugo Leonardo Amaral teve seu momento de superstar.

Caprichou no visual. Escolheu a camiseta coladinha. Amarrou uma fita prateada no muque. O bigodinho indefectível estava lá e ele explicou, com paciência, mesmo na muvuca do bloco. Estava com barba cerrada, mandou o barbeiro deixar apenas o bigodinho do ídolo. “Ficou parecido?”, Demais, respondi. “Grande artista. O ator (Rami Malek) do filme Bohemian rhapsody merecia mesmo o Oscar por interpretá-lo tão bem no filme,” BH é capital do rock. Tudo a ver.

Fiquei pensando que adoraria ver Gretchen cantando-rebolando no Beiço do Wando, na Avenida Afonso Pena, mas ninguém é onipresente – pena que ainda não inventaram essa fantasia. Mas, para meu espanto, e olha que não bebi nada além de água, vi um cara a bordo de um banheiro. Vinha pela avenida com o chuveiro e a cortina, e toda hora chegava alguém querendo fazer selfie ou falar uma gracinha.

Simpático, o empresário paulistano Marcelo Miguel confidenciou que estava só se divertindo com sua fantasia de banheiro. E, a exemplo de nove entre dez estrelas do renascido carná de BH, estava apaixonado pela cidade.

Tudo estava ficando cada vez mais interessante. No meio da multidão, vai dando uma vontade danada de cantar, brincar, pular e soltar os bichos. E foi aí que encontrei o engenheiro mecânico Matheus Teixeira, “cavalgando” um dinossauro.

Pedi para tirar uma foto, o rapaz consentiu e aí veio uma legião de admiradores de última hora. Uma mulher, ligeiramente desajeitada, deu um tapa na cabeça do dino, e a cerveja de Matheus voou longe. “Calma, gente”, ele pediu...e não é que a mulher veio de novo?

Das telas do cinema, uma dupla muito especial surgiu no meu carnaval. Batman e Robin, em corpos femininos. Gostei da máscara de Batman e pedi a Bárbara, a moça generosa, para me emprestar um segundo. Veja a foto do perfil, onde faço pose de homem-morcego. “Você que não me viu ontem. Vim para o carnaval toda fantasiada de pipoca. Tinha pipoca até no nariz”, brincou a jovem.

E lá vou eu, pela imensidão do mar... fui cantarolando o velho samba enredo e cruzando, na passarela, com sereias, espartanos, anjos e diabinhas, caubóis, árabe e aí choquei. De um restaurante, saíam dois caras vestidos de padre: um de batina branca e outra roxa.

Quanta imaginação, gente! E fui seguindo até a concentração do Queixinho, que, com sua bateria alucinante, começava a encher o ar com outros movimentos. Será que entrei num filme ou foi apenas um trailer? Só um esquenta, decidi. Afinal, hoje tem mais. Muito mais. Quem for à Corte Devassa, verá!

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