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Grupo Corpo vai cair no samba durante o desfile do Queixinho

Entre as centenas de blocos que desfilam em BH, a história de alguns se confunde com a retomada da folia de rua na última década. É o caso do Unidos do Samba do Queixinho. Tão antigo quanto o movimento de revitalização do carnaval da capital, ele celebra 10 anos em 2019. O cortejo pela Avenida Bandeirantes, marcado para domingo (3), homenageará um ícone da arte de Minas Gerais: o Grupo Corpo.

“Gostamos de promover o diálogo entre as culturas da cidade”, explica Gustavo Caetano, mestre de bateria e um dos fundadores do Queixinho. O tema será “O Corpo na rua”, inspirado na trajetória da companhia belo-horizontina de dança contemporânea, fundada em 1975 e internacionalmente premiada.

A conexão do Queixinho com outros grupos artísticos da cidade também se deu em desfiles anteriores. Em 2016, o homenageado foi o Galpão. Ano passado, o bloco levou os bonecos do Giramundo para a folia.

Se em suas apresentações o Corpo encanta o público com as coreografias de Rodrigo Pederneiras, no carnaval o movimento é livre. “Todos os bailarinos estarão no meio da bateria.
Não temos uma performance combinada, mas vamos mostrar que eles são pessoas como a gente, comuns, curtindo carnaval de rua e muito felizes de estar ali”, adianta Gustavo, lembrando que Pederneiras também deve acompanhar a festa.

Gustavo reforça que a folia do Queixinho, além de reconhecer o trabalho da companhia de dança mineira, é conceitual. “Nas décadas anteriores, chegava esta época e as pessoas viajavam. As ruas de cidade ficavam vazias de corpos. O novo carnaval trouxe nova autoestima para BH e para as pessoas. É uma nova relação dos corpos com as ruas”, defende.

Depois de arrastar 70 mil foliões no desfile de 2018, o Queixinho se prepara para atravessar a Avenida Bandeirantes – onde fica a sede do Grupo Corpo – ao ritmo dos 150 integrantes da bateria. O que era uma prática descontraída entre amigos, ao longo de 10 anos de folia ganhou a bênção de importantes nomes do samba carioca: mestre Odilon Costa e mestre Nilo da Portela. Ambos já foram ao barracão do grupo, onde tem samba o ano todo.

“Desde o primeiro ano do Queixinho, fico muito feliz em dar esse presente para cidade.
De pensar que há 10 anos não tinha ninguém na rua e hoje você pode pôr o bloco na avenida, com vários ritmistas que se dedicam o ano todo... Nossa expectativa é a melhor possível. Queremos promover BH, mostrar para o Brasil que amamos a nossa cidade e gostamos de estar aqui no carnaval”, conclui Gustavo Caetano.

 

UNIDOS DO SAMBA DO QUEIXINHO
Desfile no domingo (3), a partir das 14h30. Concentração na Avenida Bandeirantes, 1.701, Sion

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