Definidos os blocos do carnaval de Belo Horizonte que terão ajuda financeira da prefeitura. O resultado do edital de subvenção da Belotur foi publicado ontem no Diário Oficial do Município (DOM). Pouco mais da metade dos 156 inscritos foram contemplados. Quem ficou de fora da lista conta agora com agenda de shows privados a serem feitos até as vésperas da folia e com parcerias e patrocínio para angariar recursos e conseguir pôr o bloco na rua. Expectativa este ano é de o público bater mais um recorde e beirar a casa dos 5 milhões de pessoas durante o reinado de Momo, em 700 desfiles pela cidade.
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Pela primeira vez, foi exigida uma contrapartida dos contemplados – uma compensação social por meio da qual o bloco se compromete a fazer gratuitamente um cortejo, show, oficina de percussão ou qualquer outra atividade relacionada ao carnaval. Deve ocorrer durante ações de cidadania promovidas pela Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania. O carnaval de BH, que ano passado foi considerado o segundo melhor do país, perdendo apenas para Salvador, de acordo com pesquisa do Google, promete números ainda mais superlativos em 2019.
Em 2018, cerca de 4 milhões de foliões curtiram a festa, em 420 desfiles de blocos de rua na cidade. Este ano, a estimativa de crescimento público é de 20%, chegando a 4,8 milhões de pessoas. O evento já conta, de acordo com a Belotur, com 590 blocos de rua cadastrados, que farão cerca de 700 desfiles no período oficial do carnaval de BH – aumento de 40% de blocos nas ruas da cidade. A Região Centro-Sul tem a maior concentração de grupos cadastrados (36%), seguida pela Leste (17%), Noroeste (14%), Nordeste (9%), Pampulha (8%) e Norte (6%). Barreiro e Venda Nova têm 2% dos blocos cadastrados cada.
SOLUÇÃO A Bartucada, tradicional bloco de Diamantina, no Alto do Jequitinhonha, que há quatro anos toca na festa de BH, é uma dessas centenas de grupos e está entre os 72 que não foram contemplados com recursos da prefeitura. “Embora a subvenção seja um valor muito pequeno dIante daquilo que se precisa para colocar o bloco na rua, sempre tentamos, porque toda ajuda é importante. Agora, vamos pensar em outros caminhos”, afirma o produtor-executivo do bloco, Luiz Gugz. A Bartucada aposta em patrocínios e parcerias como a principal saída para fazer a festa na terça-feira de carnaval, cuja concentração está marcada para as 14h na Avenida Brasil, entre Afonso Pena e Francisco Sales, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul. Outra solução para garantir a folia são os recursos vindos dos shows feitos ao longo do ano. Com a crise, a média nos últimos dois anos caiu de 120 para 60 contratos. “Estamos abertos a patrocínio e parcerias. E vamos sair na terça mesmo, nem que seja com o bloco no chão e no gogó”, avisa Gugz.
Outro que ficou de fora da lista de contemplados e também busca alternativas é o bloco infantil da Bolinha Preta, que no ano passado arrastou 9 mil foliões. “A falta desse recurso impacta bastante e nosso esforço para fazer o carnaval fica ainda maior. Nunca fomos contemplados, mas saímos e sairemos de novo assim mesmo”, garante a produtora, Pollyanna Xavier. “A gente vai na raça. Vende bailinho para empresas e condomínios. Ano passado, fizemos cinco shows pagos e com esse dinheiro bancamos o aluguel do trio elétrico, o pagamento de músicos convidados e a produção do bloco”, conta. Sem patrocínios, o grupo espera poder contar com apoios. O Bolinha, feito em parceria com a Aldeia Jabuticaba e a Companhia Pé de Moleque, sai no sábado de carnaval, às 14h, da Rua Orange, para percorrer ruas do Bairro São Pedro, também na Região Centro-Sul.