Expectativa de 4 milhões de foliões, 590 blocos cadastrados, 700 desfiles e a promessa do maior carnaval visto na capital mineira. Os preparativos estão a todo vapor. Enquanto os foliões já começam a pensar em fantasias, os blocos se preocupam com os recursos para fazer a festa acontecer. Para impulsionar as finanças deles, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Belotur, abriu o edital de subvenção, já em andamento e que entra em etapa decisiva na próxima semana. No dia 4, foi divulgado o resultado da habilitação jurídica dos blocos inscritos. E como o período de recursos foi finalizado na quarta-feira, as expectativas dos blocos para saber se o dinheiro vai sair só aumentam. Para os que não conseguiram o auxílio e decidiram não recorrer, o jeito é contar com os financiamentos coletivos. Este ano, os recursos do município serão destinados a 96 blocos, 16 a mais do que no carnaval do ano passado.
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Domingo tem ensaios e apresentações de blocos de carnaval em BHBaianeiros pretendem animar 500 mil foliões neste Carnaval 2019 em BHBlocos que ficaram sem financiamento da prefeitura correm atrás de parceriasPBH amplia inscrições de artistas para shows no carnaval 2019Giba Byblos é atração de festival musical em Casa BrancaRosa de Saron se despede de Guilherme de Sá em turnêApós denúncias de abuso sexual, Lady Gaga se afasta de R. KellyUm dos habitados na primeira fase do processo, o Bloco Afro Angola Janga conta os dias para o resultado final.
Entretanto, Nayara avalia que o mercado de BH se atualizou em valores e o edital não. “O movimento de blocos de rua trouxe grande investimento de patrocinadores para a cidade, bem como turistas e movimentação financeira e muito pouco é revertido para os blocos”, afirmou.
CONTRAPARTIDA Apesar da crítica sobre os valores, Nayara destaca que o processo de financiamento tem se aperfeiçoado ao longo dos anos, especificamente na questão do retorno social dos blocos. Neste ano, o edital lançado pela prefeitura trouxe uma novidade: exigirá pela primeira vez uma contrapartida dos blocos contemplados com os recursos. Como compensação social, os beneficiados se comprometem a oferecer gratuitamente um cortejo, um show, uma oficina de percussão ou qualquer outra atividade relacionada ao carnaval. Essa compensação deverá ser realizada durante ações de cidadania promovidas pela Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
Puderam participar da disputa pelos recursos pessoas físicas maiores de 18 anos e moradoras de Belo Horizonte, ou pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, com sede e foro em BH e que tenham como finalidade atividades de cunho artístico ou cultural. Dos 200 cadastrados, 46 foram inabilitados. Entre os problemas estava a falta de certidão de débitos trabalhistas e de cópia de CPF. “O processo de cadastro é muito tranquilo. É o terceiro ano e os mesmos requerimentos. A falta de documentos foi o maior motivo de inabilitação.
Em busca da ajuda dos foliões
Seis blocos fizeram a inscrição fora do período do edital. O tradicional Beiço do Wando foi um dos que tiveram o cadastro indeferido por esse motivo. “Em um primeiro momento, a gente não ia participar do edital. Preferimos fechar outro tipo de patrocínio, por questões ideológicas do bloco. E estávamos com um patrocínio particular para fazer carnaval. Estava quase certo, mas não foi pra frente, nas vésperas do fim do prazo para inscrição dado pelo edital. Tivemos que correr, mas nos atrasamos e perdemos”, contou o organizador do bloco, Rodrigo Zavagli.
Mas para tudo tem um jeito e o bloco, que já arrasta cerca de 30 mil pessoas, vai sair: “Estamos nos virando pra fazer dinheiro e contando com público grande nos ensaios abertos e com ingressos esgotados. Estamos ainda negociando patrocínio”. Ele acredita que o auxílio financeiro da prefeitura é mais essencial para os blocos menores.
O Bloco Arrasta Favela não desistiu e entrou com recurso, como outros quatro na mesma situação. Não foi possível conseguir a regularidade fiscal no âmbito federal com o documento apresentado. Álvaro Zulú, gestor responsável pelo bloco, não perdeu a esperança de colocar o batuque na rua pelo terceiro ano e fez críticas ao processo de seleção.
FINANCIAMENTO COLETIVO Para quem não conta com o recurso, o financiamento coletivo é uma das formas de ajudar os blocos de carnaval a ir para a rua em 2019. De folião em folião, o dinheiro é arrecadado. No ano passado, por exemplo, o Então, Brilha! conseguiu colocar o bloco na rua com “crowfunding” pela plataforma Evoé. Com a planilha aberta, o bloco mostrou os gastos e explicou que precisava de R$ 50 mil para arcar com assessoria de imprensa (11%), decoração e enfeites (11%), custos da campanha (18%), equipamento de sonorização (40%), alimentação (6%) e diversos (14%). Este ano, está marcado o evento “Sonoriza”, na Serraria Souza Pinto, no Centro de BH, que une Então, Brilha!, Juventude Bronzeada, Havayanas Usadas, Bloco Garotas Solteiras, Pena de Pavão de Krishna (PPK) e Tchanzinho Zona Norte para arrecadar dinheiro..