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'Vai embora': produtora expulsa assediador durante Juventude Bronzeada

Um caso de assédio chamou a atenção tanto de quem seguia o Juventude Bronzeada, quanto da próprio bloco na tarde desta terça-feira. Marcela Pieri, produtora do bloco, teve que parar o cortejo para chamar a atenção de um folião: "Vai embora, você não é bem-vindo aqui. Se não sabe respeitar uma mulher, vai embora". O público apoiou a manifestação da produtora e começou a vaiar o assediador, gritando "sai, vacilão".

"Muitas mulheres se sentiram representadas por aquela fala. Acho que, infelizmente, todo ano teremos que parar o bloco até as pessoas entenderem que 'não é não'", afirma Marcela Linhares, regente do Juventude que no ano passado abriu verbo contra assediador que tentava beijar foliã no Juventude Bronzeada. Este ano o bloco precisou parar novamente por causa de homem que assediava na bateria do Juventude.

No ano passado, um caso parecido aconteceu durante o desfile do bloco. Em um determinado momento, um homem tentou beijar uma garota a força e a regente da bateria, Marcela Linhares, pediu a ajuda da Polícia Militar. Ela fez um discurso contra o assédio, uma das bandeiras dos blocos carnavalescos da capital. 

'Não é não'

Na contramão da alegria, o assédio continuam acontecendo ruas à fora. Com o intuito de combater o machismo e o abuso, um coletivo de mulheres criou a campanha “Não é Não!”.
Possivelmente, ao andar pelas ruas, viu-se a mensagem estampada no corpo das foliãs. “Não é não em qualquer idioma, em qualquer lugar do mundo, em qualquer situação, e não só no carnaval”, Luíza Alana, uma das colaboradoras da campanha de BH. O projeto surgiu no carnaval de 2017, no Rio de Janeiro, quando amigas se uniram pra produzir tatuagens temporárias que levariam a discussão sobre o assédio em locais públicos.

 

 

O objetivo do projeto é conscientizar os homens, e a sociedade como um todo, sobre as liberdades de cada um, que jamais podem significar a perda de liberdades do outro. “É justamente quando os casos de assédio estão em alta que conseguimos atingir um público maior sobre essas práticas. No carnaval estamos todos mais livres, nos sentimos mais a vontade para deixar nossos corpos à mostra e, consequentemente, estamos mais vulneráveis”, disse. Porém, ela reforça que essa liberdade que as mulheres sentem no carnaval não é um convite aos excessos dos homens. “Queremos ter nossas liberdades respeitadas o ano todo.

Mas, no carnaval, temos um número elevado de práticas machistas”, completou.

 

Caso as mulheres sofram qualquer violência, elas devem procurar a polícia imediatamente. Essa é a orientação da Camila Miller, delegada titular da Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual. “Os policiais estarão nas ruas para auxiliar. Tentar identificar o autor e, se for possível até mesmo tentar tirar uma foto dele para facilitar a identificação. O policial orientará a vítima e levá-la a delegacia, se necessário. Também é importante que a vítima dê continuidade ao processo e registre o BO”, informou.


 

 

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