O Bloco Sargento Pimenta, que toca músicas dos Beatles com batidas brasileiras, homenageou nesta segunda-feira (12), em apresentação no Aterro do Flamengo, o Mestre Darcy Monteiro, um dos fundadores da escola de samba Império Serrano e uma das principais referências do jongo - um dos ritmos originais do samba.
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Blocos brasileiros agitam o carnaval de LisboaBeija-Flor vai recorrer de liminar que interditou quadra da escolaImpério Serrano abre desfiles do Grupo Especial com homenagem a Arlindo CruzNo interior de Pernambuco, tradição do maracatu rural é estrela do carnavalO jongo é patrimônio imaterial do país desde 2005, quando foi registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nos seus desfiles, o Pimenta empolga a multidão misturando baião, maracatu, ijexá, samba-reggae e o tradicional batidão do funk com canções da banda britânica. “Os ritmos brasileiros estão na essência, na raiz do bloco, são viscerais”, diz o diretor musical do grupo Felipe Reznik.
O nome Sargento Pimenta é uma referência ao álbum Sgt.
Ritmos viscerais
Essa é a oitava vez que o Pimenta se apresenta no carnaval carioca e a expectativa era reunir 60 mil pessoas, uma previsão subestimada, já que o grupo tocou para 500 mil em 2017. Na primeira apresentação, em 2011, cerca de 5 mil pessoas se espremeram pelas ruas do bairro de Botafogo, na zona sul do Rio, acompanhando um trio elétrico. De lá para cá, eles já se apresentaram até fora do país, inclusive na Olimpíada de Londres.
Para garantir a vibração carnavalesca, os músicos do palco são acompanhados por uma bateria de cerca de 140 ritmistas, formados em oficinas de percussão do próprio bloco. O músico Carlos Bastos, 56 anos, que se apresenta pela primeira vez, disse que “começa a estudar desde maio, tem uma apostila, um método, a partir de dezembro são dois ensaios por semana, é um negócio sério”.
Outra ritmista, Diana Neves, de 33 anos, que está no segundo carnaval, afirma que tocar é “um vício. Eu nunca curti muito carnaval, mas sempre amei os Beatles. Em 2011, fui assistir pela primeira vez o bloco e fiquei apaixonada. Em 2016 fiz a oficina e agora não quero outra coisa. Até entrei em outros blocos, mas depois que você começa a tocar, não consegue parar”.
Fãs de carteirinha
Entre a multidão que se aglomerava para ouvir o Pimenta estava a secretária-executiva Lia Falka, de 65 anos.
A recreadora infantil Maria Iara de Jesus, de 51 anos, garante que não precisa saber inglês para cantar junto. “Aqui é bom para ouvir, é bom para alma, a bateria deles faz com que a gente entenda, já estou toda entendida, eu cantarolo do meu jeito aqui”..