Em uma semana marcada pelas incertezas com o metrô do capital mineira, é nos trilhos que a festa abre o carnaval desta sexta-feira. Os batuques começaram a tocar com quase uma hora de atraso, mas iniciou quente no Bairro Dona Clara, na Região da Pampulha de Belo Horizonte, onde o Bloco Tchanzinho Zona Norte deu a partida de seu desfile. O bloco nasceu com o intuito de descentralizar a festa.
O início do cortejo ocorreu na Avenida Sebastião de Brito, mas, como já é tradição, os foliões embarcam no metrô, na Estação Primeiro de Maio, no sentido Praça da Estação. Se antes apenas moradores do Bairro Dona Clara, Jaraguá, Primeiro de Maio, lotou as ruas da região, o bloco atraiu foliões de todas as regionais de BH. No ano passado, o grupo arrastou cerca de 20 mil pessoas.
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É o Tchan anuncia saída do vocalista Compadre Washington do grupoSaiba quem é o homem que "anima as virgens" há 25 anos no carnaval de BHFoliões celebram a vida no metrô de BH e a "morte" no Bairro Mangabeiras'Morte' toma conta do desfile do Bloco Fúnebre, em BHXotifalá: testamos a 'cachu' da Praça da EstaçãoO grupo relembrou os sucessos do axé dos anos 90, tocando os hits de É o Tchan, Companhia do Pagode, Asa de Águia e Chiclete com Banana e prometeu colocar muita gente para cantar em coro. O regente Rodrigo “Picolé”, de 31 anos, prometeu um desfile animado. Com o tempo nublado, a chuva ameaçou cair no desfile. “São Pedro é da Zona Norte e vai ajudar a gente. Vai dar tudo certo. Se cair chuva, será só pra refrescar”, disse.
A festa foi tranquila e havia presença do corpo de bombeiros e da Polícia Militar para acompanhar o cortejo.
“Parece até Salvador, mas essa é a Zona Norte BH”, iniciou o novo cortejo com a nova canção. A novidade deste ano é a música lançada: “O tchanzinho vai passar”. Com teor político, a música aponta: “Olha a estação do outro lado, o Tchanzinho vai passar. A gente quer embarcar, mas o homem da lei não quer deixar”, cantaram em coro. O trecho relembrou conflitos entre polícia, segurança do metrô e foliões em cortejos anteriores.
“Esse é o melhor momento pra gente ocupar o metrô e mostrar que é um meio de transporte importante. Ficamos muito triste com a perspectiva dessa nova tendência do Governo Federal. São pessoas que claramente mostram a que vieram, que é prejudicar quem mais precisa do Estado”, disse o regente, conhecido como “Picolé”.
BANHEIROS Apesar do bloco animado e o batuque afinado, os foliões enfrentaram problemas para usar os banheiros. Em um dos pontos em que 35 banheiros químicos foram instalados, no cruzamento da Avenida Sebastião de Brito com a Praça Albertin Sabin, os foliões se surpreenderam com as portas viradas para dentro - tornando o banheiro inutilizável..