Seis blocos de carnaval ainda estão com os desfiles na corda bamba em Belo Horizonte, sem definição do local de onde sairão. Hoje, o Corpo de Bombeiros dará o veredito final. Desde a semana passada, a corporação discute a situação de grupos que tiveram o alvará negado por terem proposto trajetos sobre viadutos, perto de rios ou em áreas de inundação. A Belotur afirma que todos os cortejos previstos estão garantidos para sair a partir de hoje, mas dois blocos afirmam já terem tido o cancelamento sacramentado.
A força-tarefa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) conseguiu regularizar os desfiles de quase a totalidade dos 480 blocos que se inscreveram no maior carnaval da história da cidade, segundo o chefe de gabinete da Belotur, Glauco Carvalho. Ele afirma que as pendências foram geradas devido ao tamanho dos trios elétricos que serão usados pelos blocos. A Belotur não divulgou o nome dos blocos que estão nessa condição.
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Os trabalhos para regularizar todos os blocos foram intensificados desde a última semana. No fim de janeiro, faltavam 100 trajetos para serem analisados. “Desde outubro, quando começa o cadastro online dos blocos, fazemos reuniões com todos eles e todos os órgãos, para justamente achar um itinerário, uma estrutura que caiba ao bloco, mas que também caiba a cidade, protegendo a área hospitalar, tentando garantir ao máximo o transporte coletivo”, disse Carvalho. “É um esforço muito grande em uma demanda de tempo muito curta. Então, é normal e natural que cheguemos a este momento ainda dialogando com os blocos para poder ainda enquadrá-los em uma operação mais redonda”, afirmou Carvalho.
Apesar de garantir que todos sairiam, dois grupos tiveram ontem a apresentação cancelada: Embriagalo, com desfile marcado para sábado, e Bloco do Puleiro, para segunda-feira. Ambos ficariam parados, no estilo concentra, mas não sai, na Avenida Francisco Sá, 76, entre as ruas Platina e Erê, no Bairro Prado, Região Oeste de BH. “Com menos de 48 horas nosso evento foi cancelado pelos Bombeiros”, afirma um dos organizadores, Geraldo Andrade. Com abadás vendidos e evento anunciado, o medo agora é de quebradeira no local, por parte de pessoas indignadas com a suspensão da festa. O local foi barrado por ser área sujeita a inundação.
“Se era para cancelar, que o tivessem feito na reunião que tivemos com a Belotur, em dezembro, ou com a BHTrans, em janeiro. Avisei sobre o bloco à Polícia Militar, ao Juizado da Infância e Juventude e a todas as autoridades. Nas reuniões, questionamos sobre a necessidade de ir aos Bombeiros, mas a Belotur informou que essa parte ficaria por conta dela”, conta. Informado à meia-noite de quarta-feira pela Belotur de que os blocos não poderiam sair, ele cobra providências: “Sugerimos a Rua Diabase, mas não pode ser por causa do Batalhão da PM. A essa altura, não consigo mais alugar trio para sair com os blocos. Quero agora garantia de segurança no local”.