Uai Entretenimento

Bloco leva carnaval às crianças internadas na Santa Casa de BH

Falta pouco para o carnaval e os belo-horizontinos já estão no clima de folia, especialmente com os ensaios de blocos que tomaram conta da capital ao longo do último mês. Mas as comemorações não ficaram restritas às ruas. Ontem a festa também invadiu os corredores da Santa Casa de Belo Horizonte. Uma trupe de palhaços montou um cortejo e desfilou pelas enfermarias e leitos da ala de pediatria, levando alegria às crianças internadas no hospital. A ação também passará pelos corredores do Hospital das Clínicas, do Hospital da Baleia e dos hospitais João Paulo II e João XXIII, até sexta-feira.


Desde 2015, o Bloco Hahaha visita os hospitais, com proposta de levar alegria e bem-estar aos pacientes internados, através da linguagem do palhaço. “A cada ano, o carnaval de BH conquista mais foliões e, para nós, o hospital também é um local de celebração. Nos juntamos a este fervor carnavalesco e montamos um cortejo para levar alegria às crianças internadas”, explica Gyuliana Duarte, uma das fundadoras do Instituto Hahaha. Ela conta que para entreter os internados, os palhaços da trupe criam paródias autorais com hits de cantores brasileiros.
Ano passado, a equipe fez uma paródia do funk Beijinho no ombro, da cantora Valesca Popozuda. O vídeo da ação foi compartilhado nas redes sociais e alcançou mais de 14 milhões de visualizações.

Ontem, os palhaços percorreram os corredores do hospital cantando a paródia Dotô, criada pelo palhaço Mulambo e pela palhaça Brisa, e inspirada em uma música da cantora Pablo Vittar. Na visita, os palhaços vestem jalecos e fingem ser médicos.

 

“A nossa apresentação não é um espetáculo. É claro que ensaiamos as músicas, mas a visita é um improviso o tempo todo. É um jogo a partir da relação que o palhaço estabelece com a criança”, ressalta Gyuliana. Ela conta que as crianças ficam empolgadas com a celebração. “Elas entram mesmo na folia, se fantasiam, cantam, brincam.

Quando chegamos ao hospital, muitas crianças já estão nos corredores, esperando. Até mesmo aquelas que não podem sair dos leitos se divertem. É um momento de muita alegria”, acrescenta.


Gyuliana, que também é coordenadora artística do instituto, explica que este é um trabalho contínuo. “Uma dupla ou trio de palhaços visita os hospitais duas vezes por semana, interagindo com as crianças e a equipe de saúde”, comenta. Ela lembra que antes da criação do Bloco Hahaha os palhaços celebravam o carnaval apenas com um dia temático. “Não era festa que fazemos hoje. Nós íamos fantasiados e cantávamos marchinhas, mas não era o cortejo que temos hoje com todo elenco de palhaços. Foi, então, que decidimos planejar uma grande celebração”, completa a coordenadora.

Além do cortejo de carnaval, a trupe também monta uma celebração especial para entreter os internados nas comemorações da festa junina e natal. De acordo com o instituto, em 2017 foram realizados mais 12 mil atendimentos.


Segundo a coordenadora, a preocupação dos palhaços vai além de descontrair as crianças. “Damos importância a cada detalhe que é necessário dentro de um hospital, como a higienização adequada antes dos jogos, e cuidamos para não perturbar nem exaltar aqueles que precisam de descanso”, comenta. *Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia

.