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CARNAVAL

Sem preconceito e ao som de Maluco Beleza: como Tamborins Tantãs levou a luta antimanicomial para o carnaval de BH

- Foto: Fred Bottrel/EM/D.A. PressEm um carnaval de hipérboles, que em menos de uma década superou a casa dos milhões de foliões e centenas de cortejos, um bloco estreou na noite desta quinta-feira de maneira tímida, mas firme no compasso e na proposta: levar, ao som de dezenas de tamborins apurados, a mensagem da luta antimanicomial para a festa de Belo Horizonte.

Juntos, sem pulseiras de identificação, pacientes da saúde mental, familiares, profissionais envolvidos na luta antimanicomial e a comunidade em geral estiveram lado a lado no cortejo do Tamborins Tantãs, que se concentrou à Avenida Augusto de Lima, em frente ao Mercado Central, e desfilou pelas ruas do centro da capital.

- Foto: Fred Bottrel/EM/D.A. Press “A proposta do bloco é a inclusão, ampla e irrestrita, das pessoas com transtornos mentais. E fazer este elo, entre as pessoas com transtorno mental e a comunidade, para que se sintam mais úteis”, comentou o jornalista Ney Mourão, um dos idealizadores do bloco. “Somos um bloco sem pulseirinhas de identificação. Algumas pessoas que estão aqui foram encaminhadas por pessoas que fazem atendimento. Estão diluídas no bloco, sem necessidade de identificação”

 O bloco nasceu há menos de dois meses e a bateria é composta apenas por tamborins – que, segundo Ney, foi um instrumento relegado a segundo plano com o domínio do axé nos principais blocos. A concentração estava marcada para 18h30, mas a chuva acabou atrasando a saída do pequeno caminhão de som.
 
Passava de 20h quando a chuva cessou e a bateria se posicionou em filas de 10 pessoas, separadas em grupos de cinco. As batidas desencontradas e o pouco tempo de ensaio pouco importavam diante da empolgação e alegria dos presentes.
Desfilaram pela Augusto de Lima e seguiram animadas pela Padre Belchior, cantando a plenos pulmões “Enquanto você/Se esforça pra ser/ Um sujeito normal/E fazer tudo igual…”

 

 

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