Carnaval em Belo Horizonte não é apenas alegria e fantasia: é militância pelo empoderamento da mulher, pela consciência negra e pelo amor. Pelo menos é o que se viu neste domingo na Região Centro-Sul nos desfiles oficiais de dois blocos pré-carnavalescos – o Bruta Flor e o AfrOdum – e no último ensaio do Batiza. Houve folia também em algumas regiões da capital, com a preparação de outras agremiações.
Às 13h, quando as máximas dos termômetros de BH estavam na casa dos 30 graus, a Rua Guaicurus, ao lado da Praça da Estação, no Centro, esquentou ainda mais com o início da concentração do bloco feminista Bruta Flor, que até ao volante do carro de som trazia uma mulher. Fortalecido pelos grupos Tapa Minas e Baque de Minas, além de vários coletivos que tratam o tema do empoderamento feminino, a agremiação saiu às ruas com um repertório afro e mensagens de valorização e respeito às mulheres.
A atriz Larissa Nascimento, de 18 anos, regente do bloco, contou que é o terceiro ano de desfile pré-carnavalesco do Bruta Flor, que surgiu no fim de 2015, quando três amigas – Cláudia Manzo, Bi Coelho e Gal do Vale – num bate-papo tiveram a ideia da agremiação, não só para desfilar, mas para o ano inteiro unir as mulheres em torno de oficinas de percussão e fabricação de instrumentos. “O Bruta Flor tem como objetivo o empoderamento feminino, reunindo somente mulheres”, reforçou Larissa. Nos corpos das várias integrantes do grupo, como que uma tatuagem, a mensagem “não é não!” traduziu bem o espírito do cortejo.
Fantasiada de “supergirl”, a empresária Lorena Clice, de 21, contou que foi ao desfile motivada apenas pela folia. “Não imaginava que teria essa militância, que considero importante neste período de carnaval. É bacana ver as mulheres com roupas à vontade e saber que prevalece o ambiente de respeito ao corpo delas.” Ao seu lado, o namorado, o publicitário Fernando Lima, de 28, também elogiou. “É importante essa iniciativa, pois o empoderamento feminino é uma realidade, que tem que ser respeitada.”
Na Avenida Brasil, no Santa Efigênia, cânticos afro-brasileiros, de terreiro e o afroreggae valorizavam a cultura negra no desfile pré-carnavalesco do AfrOdum. “Estamos homenageando os quilombolas de Buriti do Médio, do Norte de Minas. É o nosso primeiro desfile como bloquinho no carnaval de BH, em que apresentamos uma versão alegre dos nossos costumes e cultura”, disse Leo de Jesus, de 38, regente do grupo.
O cantor Edson Babu, de 26, e a professora Andreia Pereira, de 35, ficaram encarregados de puxar os cânticos. “Há cinco anos em BH, essa foi minha oportunidade de participar da folia aqui. Nos dias de Carnaval viajo para cantar profissionalmente nas festas em Recife e Salvador. E está sendo um momento especial”, contou Babu. “Não é apenas folia; estar aqui no bloco é parte da resistência da cultura negra, da qual sou parte e militante”, pontou Andreia.
Ensaio é ensaio, desfile é desfile, mas na Avenida Carandaí, próximo ao cruzamento com Brasil, os preparativos finais do Bloco Batiza atraiu centenas de foliões. Desfile, somente na manhã do domingo de carnaval, no Bairro Floresta. Com o lema “o amor é a prece que conheço”, parte do poema da escritora norte-americana Marion Eleanor Zimmer Bradley, autora de As brumas de Avalon e Darkover, o grupo fez valer a militância pelo amor, com MPB, valorizando o movimento Tropicália.
Às 13h, quando as máximas dos termômetros de BH estavam na casa dos 30 graus, a Rua Guaicurus, ao lado da Praça da Estação, no Centro, esquentou ainda mais com o início da concentração do bloco feminista Bruta Flor, que até ao volante do carro de som trazia uma mulher. Fortalecido pelos grupos Tapa Minas e Baque de Minas, além de vários coletivos que tratam o tema do empoderamento feminino, a agremiação saiu às ruas com um repertório afro e mensagens de valorização e respeito às mulheres.
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Fantasiada de “supergirl”, a empresária Lorena Clice, de 21, contou que foi ao desfile motivada apenas pela folia. “Não imaginava que teria essa militância, que considero importante neste período de carnaval. É bacana ver as mulheres com roupas à vontade e saber que prevalece o ambiente de respeito ao corpo delas.” Ao seu lado, o namorado, o publicitário Fernando Lima, de 28, também elogiou. “É importante essa iniciativa, pois o empoderamento feminino é uma realidade, que tem que ser respeitada.”
Na Avenida Brasil, no Santa Efigênia, cânticos afro-brasileiros, de terreiro e o afroreggae valorizavam a cultura negra no desfile pré-carnavalesco do AfrOdum. “Estamos homenageando os quilombolas de Buriti do Médio, do Norte de Minas. É o nosso primeiro desfile como bloquinho no carnaval de BH, em que apresentamos uma versão alegre dos nossos costumes e cultura”, disse Leo de Jesus, de 38, regente do grupo.
O cantor Edson Babu, de 26, e a professora Andreia Pereira, de 35, ficaram encarregados de puxar os cânticos. “Há cinco anos em BH, essa foi minha oportunidade de participar da folia aqui. Nos dias de Carnaval viajo para cantar profissionalmente nas festas em Recife e Salvador. E está sendo um momento especial”, contou Babu. “Não é apenas folia; estar aqui no bloco é parte da resistência da cultura negra, da qual sou parte e militante”, pontou Andreia.
Ensaio é ensaio, desfile é desfile, mas na Avenida Carandaí, próximo ao cruzamento com Brasil, os preparativos finais do Bloco Batiza atraiu centenas de foliões. Desfile, somente na manhã do domingo de carnaval, no Bairro Floresta. Com o lema “o amor é a prece que conheço”, parte do poema da escritora norte-americana Marion Eleanor Zimmer Bradley, autora de As brumas de Avalon e Darkover, o grupo fez valer a militância pelo amor, com MPB, valorizando o movimento Tropicália.