Domingo (28), o Monobloco comanda a celebração do carnaval e da batucada no Parque Municipal, com entrada franca. O grupo carioca e seus oficineiros belo-horizontinos querem mostrar que já estão afiados para o desfile de 13 de fevereiro, terça-feira gorda, no entorno do Mineirão. Ano passado, 400 mil pessoas saíram atrás do Monobloco naquele local.

O diretor de bateria Celso Alvim diz que as oficinas, ensaios e festas realizados em BH têm o propósito de espalhar o amor, espantando o baixo-astral que tem contaminado o Brasil. Não é à toa que o tema deste ano é Amor de carnaval, canção encomendada ao novo-baiano Moraes Moreira. O single ganhou clipe e está disponível nas plataformas digitais. A letra fala das paixões – fugazes ou não – abençoadas pelo rei Momo.

 

Criado em 2000 pelos integrantes da banda Pedro Luís e A Parede (Plap) – Pedro Luís, C.A. Ferrari, Celso Alvim, Mário Moura e Sidon Silva –, o bloco começou sua trajetória ministrando oficinas de percussão no Rio de Janeiro. Desde então, promove desfiles memoráveis na capital fluminense, no fim de semana depois do carnaval.

 

Um dos responsáveis pela revitalização do carnaval de rua carioca, o Monobloco também aproximou a juventude do samba, de acordo com Pedro Luís.

O sucesso da empreitada atraiu a atenção do Brasil. Banda formada por integrantes do bloco passou a animar festas o ano inteiro, em vários estados. Há algum tempo, oficinas percussivas passaram a ser promovidas também em BH e São Paulo. Cerca de 1 mil batuqueiros já “fizeram o braço” sob o comando de mestre Celso Alvim.

O repertório “customiza” tudo à moda batuqueira: resgata tradicionais marchinhas e clássicos do carnaval, presta tributo ao samba e, sobretudo, propõe releituras de hits de Tim Maia, Jorge Benjor, Paralamas do Sucesso, Alceu Valença, Gilberto Gil e Barão Vermelho, além de valorizar o funk carioca. A banda mineira Skank também entra nesta festa. Nesses 18 anos, o set list chegou a impressionantes 500 composições.

MESTRE ODILON Pedro Luís destaca a aplicação dos oficineiros de BH, que têm treinado pra valer em festas-ensaio realizadas no Distrital do Cruzeiro. É bom lembrar: ali tem diversão, mas não é farra. A “ciência da batucada” é seguida à risca. E Celso Alvim, com seu “ouvido absoluto” para o batuque, é um professor de mão cheia.

Um dos gurus dessa turma é Odilon Costa, mestre de bateria de aclamada expertise, que tem as escolas Beija-Flor de Nilópolis, União da Ilha, Salgueiro e Grande Rio no currículo. Ele ajudou a organizar a bateria do Monobloco, ensinando aos mais jovens os segredos da verdadeira cadência do samba.

Não é à toa que “monobloqueiros” de BH foram ao Rio de Janeiro se somar ao 20 de Ouro, bloco comandado por mestre Odilon, que saiu às ruas no sábado passado, na Ilha do Governador.

MONOBLOCO
Parque Municipal. Av. Afonso Pena, 1.377, Centro, (31) 3277-4161. Domingo (28), a partir das 18h30. Entrada franca, com retirada de ingressos pelo link sympla.com.br/monobloco.

 

Abaixo, confira o samba-enredo do Monobloco em 2018:

 

AMOR DE CARNAVAL

•  De Moraes Moreira

Amor de carnaval ninguém explica
É o que bate e fica, é o que bate e fica
Amor de carnaval ninguém controla
A gente deita e rola
E a gente deita e rola
Amor de carnaval ninguém segura
É uma loucura, é uma loucura
Amor de carnaval, amor, eu topo
Onde o Monobloco for eu vou atrás
Quero carnaval o ano inteiro
Todo carnaval é um Rio
De janeiro a janeiro
Fevereiro é Brasil