O carnaval de 2018 em Minas promete ser um dos mais animados dos últimos anos. Enquanto em Belo Horizonte os “esquentas” já tomaram as ruas e a Belotur espera mais de 3,5 milhões de foliões na festa oficial, as cidades do interior não ficam para trás e até sacodem a poeira de problemas vividos no ano passado. Diamantina anuncia que vai antecipar a abertura de sua festa carnavalesca com a apresentação, na quinta-feira, dia 8 de fevereiro, da tradicional banda Bat Caverna, que retorna às ruas da cidade monumento. O Bartucada também está de volta à cidade. Ambos ficaram fora da programação do ano passado depois de desentendimentos com a administração municipal sobre cachê.
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Sabará também aposta na tradição dos desfiles de escolas de samba e blocos caricatos para atrair os foliões. “A proposta é realizar uma festa que preserve as manifestações culturais e proporcione a todos segurança e um belíssimo carnaval na nossa cidade”, disse o prefeito Wander Borges. Toda a estrutura da festa vem sendo definida em conjunto com as agremiações carnavalescas. Os blocos caricatos são grandes atrações da folia sabarense. O tradicional Paraíso dos Moralistas, com mais de meio século de existência abre os desfiles de domingo e terça pelas ladeiras do Centro Histórico. A estimativa de público durante os dias de folia é de aproximadamente 30 mil pessoas.
A Liga dos Blocos de Carnaval de Ouro Preto já divulgou a programação de seu carnaval, embora a prefeitura ainda não tenha fechado a festa oficial. Criada em 2005, pela união dos Blocos do Caixão, Cabrobró, da Praia e Chapado, a liga vem promovendo o carnaval no Espaço Folia, com arquibancadas e cobrança de ingressos.
Apesar de enfrentar dificuldades desde o rompimento da Barragem do Fundão, em novembro de 2015, Mariana não se rendeu à crise. “Todos sabem que o carnaval é um dos eventos que mais fomenta a economia local, e, por isso, cancelar não seria a melhor opção”, ponderou o prefeito Duarte Júnior. Mais de 100 máscaras de quase um metro de altura serão distribuídas pelo Centro da cidade para dar charme ao evento e, principalmente, valorizar o trabalho dos artesãos locais. Ao som das tradicionais marchinhas, do samba de raiz, além de cortejos de blocos tradicionais como o Zé Pereira da Chácara, Mariana manterá a sua tradição de promover uma festa para a família com atrações para todos os gostos e idades.
CAPITAL Sol forte, calor intenso e o blocos de carnaval atraíram ontem centenas de pessoas para ruas e praças em Belo Horizonte. Nem a criançada escapou. Na Savassi, o bloco Charanga das Padês, formado por uma bateria de 47 mulheres, único da capital dedicado aos baixinhos, fez seu ensaio pré-carnavalesco recheado de músicas infantis intercaladas com marchinhas de carnaval, samba, axé entre outros repertórios. É o quarto carnaval do grupo, que começou por meio de redes sociais, onde se reuniam em torno de 4 mil mães. “Tivemos a ideia de criar um bloco carnavalesco e convocamos todas elas, apenas 15 se dispuseram a sair no primeiro ano, agora já somos 47”, conta Ana Andrade, uma das fundadoras.
A bateria é formada por advogadas, médicas, engenheiras, donas de casa e os ensaios começam em julho. Aos domingos pela manhã a Praça Diogo de Vasconcelos (Savassi) é fechada ao tráfego e a criançada fica solta e se diverte. Para este ano, a expectativa é de que o bloco atraia “10 mil participantes no pré-carnaval do dia 4. Reunimos em torno de 500 participantes por ensaio. Este ano, a homenageada será Clara Nunes. “Sempre homenageamos mulheres empoderadas”. Nos anos anteriores foram Frida Kalo e Carmen Miranda.
Na Rua Sapucaí, o samba-rock tomou conta da moçada. O bloco Ziriggydum Sapucaí, com repertório de rock em ritmo de bateria de escola de samba, empolgou os participantes. O casal formado pelo microempreendedor Thiago Henrique Silva e a estudante de letras Marina Medrado encontrou um motivo a mais para sair este ano. Thiago, que já participou do bloco no ano passado, trouxe a namorada, que toca tamborim no bloco “Vou ali e volto”, do Padre Eustáquio, para curtir o samba-rock. Fiel ao seu bloco de origem, Marina disse estar encantada com “a moçada e a bateria”. Segundo Mônica de Paula, jornalista e produtora de imagens, uma das fundadoras do bloco, que sai desde 2016, a bateria é formada por 70 integrantes. O bloco nasceu em homenagem David Bowie, que morreu naquele ano, e depois foram incorporados outras homenagens póstumas a roqueiros famosos. O bloco sai pelas ruas do Bairro Floresta.
Credenciamento de ambulantes
Os ambulantes que trabalharão no carnaval da capital recebem da Belotur suas credenciais, hoje e amanhã, no Largo da Saideira, e, ao mesmo tempo, orientações sobre trabalho infantil na folia. Agentes dos conselhos tutelares estarão presente para orientar os vendedores sobre como lidar com crianças e adolescentes durante o trabalho nas ruas, no período de carnaval. As informações repassadas aos ambulantes serão relativas à exploração e abuso sexual de menores, trabalho infantil, venda e consumo de bebidas alcoólicas por crianças, adolescentes e jovens. Denúncias de violações de direitos podem ser feitas para a Guarda Municipal ou no Disque 100.