Depois de um jejum de 33 anos, a grande campeã, a Portela, entra na avenida por voltas das 3h de domingo (5) e trará integrantes da Império Serrano, escola vencedora da Série A. As duas agremiações, do bairro de Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, são rivais históricas. A partir das 21h30, o Desfile das Campeãs também deve contar com a presença do portelense Paulinho da Viola, esperado na ala da diretoria da escola.
Na última segunda-feira, quando a Azul e Branco apresentou seu enredo inspirado na canção dele Foi um Rio que Passou em Minha Vida, Paulinho não estava no Rio e não participou do desfile. Última escola a desfilar, a Portela volta à avenida com enredo que representa a relação entre os rios e a humanidade. Não faltarão carros esguichando água, animais retratados em tamanho real, como jacarés, e lendas amazônicas, como a da Iara e do boto-cor-de-rosa.
A escola também lembra a tragédia do Rio Doce, que, em 2015, recebeu uma avalanche de rejeitos de mineração de uma barragem. Em uma alegoria, pescadores são retratados aos prantos, pedindo justiça. Na outra ponta, no início dos desfiles, a Beija-Flor entra com sua interpretação para o clássico de José de Alencar, Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel.
O livro é recontado em alegorias e alas que chamam a atenção para a raiz indígena do povo brasileiro
A escola traz os santos que marcam a fé brasileira, católicos ou de matriz africana. A bateria da escola, toda vestida de São Francisco de Assis, foi um dos destaques do carnaval. Já o Salgueiro, que ficou no terceiro lugar este ano, retorna com a releitura para um clássico da literatura mundial, a Divina Comédia. Como no livro do espanhol Dante Alighieri, a escola faz um percurso pelo inferno, o purgatório e o céu. o enredo As Mil e uma Noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh.
A escola levantou o público com um Aladin voando em um tapete mágico, na comissão de frente. Ao retratar hábitos e religião, a escola também fala da imigração árabe para o Brasil