O carnaval de Belo Horizonte retomou nesse domingo a sua forma mais natural
Lucas Nascimento, um dos presidentes do Angola Janga, afirma que o objetivo do bloco não é somente arrastar muitos foliões no carnaval, já que trabalham durante o ano todo. “Nossa ideia é manter as raízes negras e resistir contra a segregação que sofremos, até mesmo durante o carnaval.”
Cada passo de dança e melodia da bateria foram acompanhados com empolgação do público. Pessoas se entreolhavam e apontavam para os braços, se mostrando arrepiadas. Victória Dias, designer, levou sua família ao bloco e considera muito importante um desfile com tanta força política. “É urgente que iniciativas como essa aconteçam, para que exista uma reconstrução da identidade negra.”
Cadê o Alcova
Também lutando contra as proporções apoteóticas que têm cercado o carnaval belo-horizontino, o bloco Alcova Libertina adotou o mistério. A organização não divulgou o local da folia até a véspera desse domingo
Mesmo não interessados em aumentar o tamanho de sua festa e rejeitando o patrocinador oficial do carnaval de BH, a irreverência e o repertório do coletivo continua conquistando fãs. Cristiano Ricardo, de Carmópolis de Minas, trouxe a família para Belo Horizonte com o objetivo de curtir a folia. Segundo ele, a Alcova Libertina foi um dos motivos. “Eles permitem que pessoas que não curtem tanto as músicas tradicionais de carnaval também se divirtam. Estamos curtindo muito”, afirma.