No carnaval de Belo Horizonte cabe todo mundo. Ninguém fica de fora. A animação não teve hora para acabar no primeiro dia. Que o digam os foliões que estavam na Praça da Estação, que ficou lotada com a apresentação dos três shows programados para o espaço pela Belotur. Dudú Nicácio e a Banda “A Fase Rosa”, abriram a noitada, às 18h30, mas já pegaram o público quente, pois desde as 17h DJ's com músicas de carnaval esquentaram o povão. Logo em seguida foi a vez de “Gilmar do Cavaco” e fechando a noite, o grupo Mandacaru.
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Um empolgado Dudu Nicácio tratou de levantar poeira. Cantou várias marchinhas e teve o acompanhamento quase que unânime do público de aproximadamente cinco mil pessoas. Braços erguidos, todos dançavam e cantavam. E ele incendiou ainda mais o público quando saltou do palco e foi para o meio da galera. Este delirava. Ao final da apresentação, não suportou. Depois de distribuir CD's, de sua autoria, mandou um agradecimento especial: “Fiquei muito feliz com o que aconteceu hoje, pois quando começamos estava chovendo e cheguei a pensar que a água esfriaria tudo, mas tudo aqui estava tão quente, que mandamos a chuva embora.”
No meio do público, um trio da cidade de Florestal, Doris Isabele Romeiro, de 20 anos, Luana Gonçalves, de 19, e Guilherme Lago, também 19. “Ouvimos falar muito bem do Carnaval de Belo Horizonte e resolvemos vir pra ver. Estamos aqui, adorando. Vamos embora, para nossa cidade no final do último show, mas que dá vontade de ficar, isso dá”, disse Dóris, que esbanjava animação.
Cleonice Neri, de 48 anos, é de Almenara, mas trabalha em BH há 30 anos. Não teve dúvidas em permanecer na cidade em vez de ir em casa. Estava com as filhas, Ana Clara, de 18, e Brenda, de 17. “Olha, a animação aqui é muito boa. A gente dança, canta, se diverte, tudo em família”, disse Cleonice, que teve a concordância das filhas. Próximo deles, Thiago Botelho, de 30 anos, Simone Souza, 22, e Joana Oliveira, 30, todos de BH. “O bom aqui é que não se gasta nada para divertir, somente a cerveja. É um baile do povo e para o povo. Acho que em nenhum outro lugar deve ser tão bom”, afirma Joana, que contou que chegou cedo. “Viemos pra aproveitar cada instante.”
E em um espaço democrático como a Praça da Estação, havia quem estivesse matando saudades de quando era jovem, caso de Marcelo Barbosa, de 58 anos, que estava junto à cerca que separava o público do palco. Ele não largou seu tamborim, que tocou o tempo todo, acompanhando cada música. “Eu era ritmista de escola de samba. Pena que elas acabaram. Mas vindo aqui, mato a minha vontade de tocar meu tamborim.”