No carnaval de Belo Horizonte cabe todo mundo
Para que todos pudessem a aproveitar a “Folia de Momo”, a Belotur montou três palcos, uma na Rua Guaicurus, que começa cedo; depois na Avenida Brasil, e na Praça da Estação. E foi, sem dúvida, nesse último que literalmente o povão pegou fogo, pois foi uma diversão gratuita, com o público se esbaldando.
Um empolgado Dudu Nicácio tratou de levantar poeira. Cantou várias marchinhas e teve o acompanhamento quase que unânime do público de aproximadamente cinco mil pessoas. Braços erguidos, todos dançavam e cantavam. E ele incendiou ainda mais o público quando saltou do palco e foi para o meio da galera
No meio do público, um trio da cidade de Florestal, Doris Isabele Romeiro, de 20 anos, Luana Gonçalves, de 19, e Guilherme Lago, também 19. “Ouvimos falar muito bem do Carnaval de Belo Horizonte e resolvemos vir pra ver. Estamos aqui, adorando. Vamos embora, para nossa cidade no final do último show, mas que dá vontade de ficar, isso dá”, disse Dóris, que esbanjava animação.
Cleonice Neri, de 48 anos, é de Almenara, mas trabalha em BH há 30 anos. Não teve dúvidas em permanecer na cidade em vez de ir em casa. Estava com as filhas, Ana Clara, de 18, e Brenda, de 17. “Olha, a animação aqui é muito boa. A gente dança, canta, se diverte, tudo em família”, disse Cleonice, que teve a concordância das filhas
E em um espaço democrático como a Praça da Estação, havia quem estivesse matando saudades de quando era jovem, caso de Marcelo Barbosa, de 58 anos, que estava junto à cerca que separava o público do palco. Ele não largou seu tamborim, que tocou o tempo todo, acompanhando cada música. “Eu era ritmista de escola de samba. Pena que elas acabaram. Mas vindo aqui, mato a minha vontade de tocar meu tamborim.”