“Este ano não vai ser igual àquele que passou...”, diz a velha marchinha Até quarta-feira, que, por essas voltas que o mundo dá, cai como uma luva no enredo deste carnaval. Afinal, na mochila do folião não poderão faltar, desta vez, vários itens fundamentais, principalmente se ele estiver de viagem para regiões consideradas de risco para a febre amarela. Ao lado da serpentina, confete e fantasia, devem estar em dia vacinação contra a doença que já matou dezenas de pessoas, principalmente em Minas e Espírito Santo, repelente para afastar os indesejáveis mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunya, preservativos para evitar as infecções sexualmente transmissíveis (IST/Aids) e, claro, muito filtro solar. Água nunca é demais para hidratar, assim como uma boa alimentação para não cair pelas tabelas.
A maquiadora Maria Flor de Souza, de 30 anos, moradora do Bairro São Lucas, na Região Leste da capital, já está com a mochila pronta. O primeiro carnaval ao lado do filho Dom, de 10 meses, pede alguns cuidados especiais. “Agora, só vou nos desfiles de bloco de manhã, né? Vou tentar levar guarda-sol, protetor solar e comidinha para alimentar meu filho”, diz. Maria Flor levou o filhote para a Feirinha Carnavalesca, no bar e galeria de arte Benfeitoria, na Região Leste da capital, a fim de olhar alguns acessórios e manter o charme no reinado de Momo.
Maria Flor conta que, no ano passado, sambou “gravidíssima” no desfile do bloco “Juventude Bronzeada” e comemora a primeira folia ao lado do filho. Preocupada com o menino, ela lembra, no fim da conversa, um detalhe muito especial para a saúde. “Vou ter que levar algodão para colocar no ouvido do Dom, pois tenho certeza que ele não vai aguentar o barulho”, afirma.
SEXO SEGURO Numa loja de fantasias no Centro da capital, um grupo de jovens conversa sobre os planos para o carnaval, enquanto testa máscaras, maquiagem e fantasias. “Muita cerveja e muito sexo até o sol raiar”, dizem. Ao lado, um amigo comenta que, para fazer tudo isso, é preciso “muita energia” e cuidados necessários, como uso de preservativo, boa alimentação e moderação na “birita”. Pensativo, o rapaz ouve o comentário, balança a cabeça sinalizando sim e fica atento à lembrança de uma amiga: “Agora, não é só Aids. Tem sífilis também”.
Em Minas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) já distribuiu cerca de 5 milhões de preservativos na capital e interior, os quais serão entregues aos foliões durante o carnaval. Por enquanto, os meios de comunicação ainda não começaram a veicular a campanha do Ministério da Saúde (MS) e da SES.
Segundo a enfermeira Jordana Costa Lima, coordenadora da área de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids e Hepatite Viral), nomenclatura mais ampla e recente do MS em substituição a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), a população, principalmente os jovens, deve estar atenta ao avanço da sífilis, doença campeã em notificações, em Minas, em 2016, com mais de 6 mil casos.. A orientação da especialista é para que a camisinha seja usada para evitar o pior, em especial neste período em que a atividade sexual é mais acentuada e há muito consumo de álcool. “As pesquisas mostram que 94% dos jovens sabem que devem usar o preservativo, que é a barreira mecânica eficaz, mas apenas 45% usam”, afirma.
E AGORA?
Uma novidade é que, logo após o carnaval, a SES vai lançar uma campanha dirigida aos que se expuseram ao risco das IST (Aids, sífilis e hepatite viral) durante o carnaval e, na quarta-feira de cinzas se perguntam, temerosos: “E agora?” O teste, explica Jordana, deverá ser feito a partir do 30º dia do contato sexual, quando é possível verificar se houve multiplicação do vírus.
O que não pode faltar
>> Camisinha
>> Repelente contra insetos
>> Vacinação em dia contra a febre amarela (para fazer efeito, são necessários 10 dias após a imunização)
>> Muito filtro solar
>> Bastante água para hidratar
A preocupação não tem limites. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está recomendando a turistas estrangeiros que estejam pensando em viajar a áreas de risco no Brasil, para o carnaval, que tomem vacinas contra a febre amarela 10 dias antes de embarcar. Em um comunicado publicado na quarta-feira, em Genebra, na Suíça, a entidade ampliou as “áreas de risco” da doença no Brasil, incluindo novos municípios da Bahia, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A OMS aponta que “atualmente, não existe evidência de transmissão do vírus da febre amarela nas grandes áreas metropolitanas da costa leste, como Rio, Salvador ou São Paulo”.
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Maria Flor conta que, no ano passado, sambou “gravidíssima” no desfile do bloco “Juventude Bronzeada” e comemora a primeira folia ao lado do filho. Preocupada com o menino, ela lembra, no fim da conversa, um detalhe muito especial para a saúde. “Vou ter que levar algodão para colocar no ouvido do Dom, pois tenho certeza que ele não vai aguentar o barulho”, afirma.
SEXO SEGURO Numa loja de fantasias no Centro da capital, um grupo de jovens conversa sobre os planos para o carnaval, enquanto testa máscaras, maquiagem e fantasias. “Muita cerveja e muito sexo até o sol raiar”, dizem. Ao lado, um amigo comenta que, para fazer tudo isso, é preciso “muita energia” e cuidados necessários, como uso de preservativo, boa alimentação e moderação na “birita”. Pensativo, o rapaz ouve o comentário, balança a cabeça sinalizando sim e fica atento à lembrança de uma amiga: “Agora, não é só Aids. Tem sífilis também”.
Em Minas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) já distribuiu cerca de 5 milhões de preservativos na capital e interior, os quais serão entregues aos foliões durante o carnaval. Por enquanto, os meios de comunicação ainda não começaram a veicular a campanha do Ministério da Saúde (MS) e da SES.
Segundo a enfermeira Jordana Costa Lima, coordenadora da área de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids e Hepatite Viral), nomenclatura mais ampla e recente do MS em substituição a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), a população, principalmente os jovens, deve estar atenta ao avanço da sífilis, doença campeã em notificações, em Minas, em 2016, com mais de 6 mil casos.. A orientação da especialista é para que a camisinha seja usada para evitar o pior, em especial neste período em que a atividade sexual é mais acentuada e há muito consumo de álcool. “As pesquisas mostram que 94% dos jovens sabem que devem usar o preservativo, que é a barreira mecânica eficaz, mas apenas 45% usam”, afirma.
E AGORA?
Uma novidade é que, logo após o carnaval, a SES vai lançar uma campanha dirigida aos que se expuseram ao risco das IST (Aids, sífilis e hepatite viral) durante o carnaval e, na quarta-feira de cinzas se perguntam, temerosos: “E agora?” O teste, explica Jordana, deverá ser feito a partir do 30º dia do contato sexual, quando é possível verificar se houve multiplicação do vírus.
O que não pode faltar
>> Camisinha
>> Repelente contra insetos
>> Vacinação em dia contra a febre amarela (para fazer efeito, são necessários 10 dias após a imunização)
>> Muito filtro solar
>> Bastante água para hidratar
Turistas estrangeiros
A preocupação não tem limites. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está recomendando a turistas estrangeiros que estejam pensando em viajar a áreas de risco no Brasil, para o carnaval, que tomem vacinas contra a febre amarela 10 dias antes de embarcar. Em um comunicado publicado na quarta-feira, em Genebra, na Suíça, a entidade ampliou as “áreas de risco” da doença no Brasil, incluindo novos municípios da Bahia, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A OMS aponta que “atualmente, não existe evidência de transmissão do vírus da febre amarela nas grandes áreas metropolitanas da costa leste, como Rio, Salvador ou São Paulo”.