Lá vem o tamborim, o surdo, o pandeiro, o repinique, o xique-xique e uma novidade, as latas. É um bloco de carnaval que, além de incorporar latas à sua bateria, é formado exclusivamente por mulheres. O Bloco Bruta Flor foi formado há quase dois anos com a proposta de afirmar as vozes femininas e ganhar espaço na folia de Momo. “Somos feministas. Além disso, só tocamos músicas e composições de mulheres mineiras. Mulher, principalmente daqui, também sabe fazer samba”, afirma a professora e artista plástica Isabela Santos, de 31 anos, que tem grande orgulho do bloco.
A caixa de lata, que substitui o tradicional tarol, é novidade. A geóloga Sofia Marques, de 31, se orgulha de ter feito o próprio instrumento. “A ideia surgiu numa conversa entre a gente, e eu resolvi não só experimentar, mas também confeccionar o instrumento.” E tem dado certo. “Atrai muito a atenção quando a gente chega tocando. As pessoas parecem estranhar no início, mas daí a pouco, está todo mundo sambando e dançando.”
A iniciativa de formar o bloco foi da chilena Claudia Manso, de 31, musicista, compositora e cantora. “O pensamento era valorizar ainda mais a mulher
Para fazer bonito no crescente carnaval de Belo Horizonte, as ritimistas ensaiam todos os sábados, a partir das 14h, em frente ao Centro de Referência da Prefeitura, na Praça da Estação, se misturando ao movimento da Praia da Estação. Como a folia se aproxima, o bloco vai ensaiar na quarta-feira, a partir das 19h, e está aberto a novas participantes. “Quem quiser participar, é só chegar”, diz Isabela.