A chuva que chegou neste sábado e o sucesso de outros carnavais, como o de Belo Horizonte, afetaram a quantidade de foliões que tradicionalmente acompanham os blocos pelas ladeiras de Ouro Preto, mas não esmoreceram o ânimo dos foliões. "A gente só muda de endereço. Vai para as festas das repúblicas, para as apresentações de shows em palcos e até dança na chuva. Estamos conhecendo a cidade hoje e achamos aqui maravilhoso. Parece que estamos num cenário de teatro", comparou o professor de dança Marco Antônio de Jesus, de 22 anos. Inspirados pelo casario, as torres de igreja que despontam sobre os telhados de barro e o clima de animação, ele e a amiga, a dançarina Laura Vidigal Hungria, de 21, que vieram de Viçosa, na Zona da Mata, deram um show a parte bailando sobre as vias de calçamento de pedras como se estivessem num tablado.
saiba mais
Chuva surpreende foliões durante apresentação de blocos em Belo Horizonte
Bloco Corte Devassa leva foliões para a Rua Sapucaí, no Bairro Floresta
Bonecos gigantes invadem as ruas de Olinda, em Pernambuco
-
Pena de Pavão de Krishna espalha desfile com beleza e religiosidade; veja o vídeo
Chuva em Ouro Preto | Carnaval 2015
As apresentações de bandas universitárias, com suas composições próprias sobre carnaval, ladeiras e azaração ajudaram a diminuir a concentração de foliões de pontos tradicionais, como a Praça Tiradentes. "Quando alguém encontra uma festa mais animada, liga para o outro e a gente corre para lá. Se do meio da dança a gente escuta um bloco passando, segue junto e vai conhecendo a cidade assim", disse o advogado belo-horizontino Breno Gonçalves, de 29.
A impressão de que cidades de carnavais tradicionais como Ouro Preto tenham perdido foliões para BH e outros destinos também era compartilhada por quem estava na antiga capital mineira. "Quase fui para BH. Muitos colegas de Viçosa se juntaram e foram. Estamos conversando com eles pelos aplicativos de celular e está mesmo impressionante o tanto de gente que saiu nas ruas. Mas, como não conhecia ainda Ouro preto, preferi vir para cá. Estou adorando e digo que voltaria outras vezes", afirma o professor de música Marco Antônio de Jesus.
De acordo com a Polícia Militar o clima está mesmo tranquilo e a corporação prevê um contingente de 60 mil a 70 mil foliões na cidade, praticamente o mesmo que a organização, que trabalhava com 75 mil pessoas. "As atrações este ano estão muito espalhadas e isso pode dar uma impressão de vazio às vezes. mas quando os shows principais e blocos mais tradicionais saem, a multidão se concentra novamente", afirma a coordenadora da PM de plantão ontem, tenente Marta Guido, do 52º Batalhão. Até o momento só foram registrados crimes pequenos, como furtos e roubos de celulares e de carteiras. "As vítimas são na maioria pessoas de fora que por descuido ou consumo de bebida acabam deixando de prestar atenção em seus pertences", afiam a tenente. Por toda cidade os grupos de militares fizeram abordagens em pessoas suspeitas, conferiram documentação e até aplacaram os ânimos de alguns brigões.