A chuva que chegou neste sábado e o sucesso de outros carnavais, como o de Belo Horizonte, afetaram a quantidade de foliões que tradicionalmente acompanham os blocos pelas ladeiras de Ouro Preto, mas não esmoreceram o ânimo dos foliões. "A gente só muda de endereço. Vai para as festas das repúblicas, para as apresentações de shows em palcos e até dança na chuva. Estamos conhecendo a cidade hoje e achamos aqui maravilhoso. Parece que estamos num cenário de teatro", comparou o professor de dança Marco Antônio de Jesus, de 22 anos. Inspirados pelo casario, as torres de igreja que despontam sobre os telhados de barro e o clima de animação, ele e a amiga, a dançarina Laura Vidigal Hungria, de 21, que vieram de Viçosa, na Zona da Mata, deram um show a parte bailando sobre as vias de calçamento de pedras como se estivessem num tablado.
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A impressão de que cidades de carnavais tradicionais como Ouro Preto tenham perdido foliões para BH e outros destinos também era compartilhada por quem estava na antiga capital mineira. "Quase fui para BH. Muitos colegas de Viçosa se juntaram e foram. Estamos conversando com eles pelos aplicativos de celular e está mesmo impressionante o tanto de gente que saiu nas ruas. Mas, como não conhecia ainda Ouro preto, preferi vir para cá. Estou adorando e digo que voltaria outras vezes", afirma o professor de música Marco Antônio de Jesus.
De acordo com a Polícia Militar o clima está mesmo tranquilo e a corporação prevê um contingente de 60 mil a 70 mil foliões na cidade, praticamente o mesmo que a organização, que trabalhava com 75 mil pessoas. "As atrações este ano estão muito espalhadas e isso pode dar uma impressão de vazio às vezes. mas quando os shows principais e blocos mais tradicionais saem, a multidão se concentra novamente", afirma a coordenadora da PM de plantão ontem, tenente Marta Guido, do 52º Batalhão. Até o momento só foram registrados crimes pequenos, como furtos e roubos de celulares e de carteiras. "As vítimas são na maioria pessoas de fora que por descuido ou consumo de bebida acabam deixando de prestar atenção em seus pertences", afiam a tenente. Por toda cidade os grupos de militares fizeram abordagens em pessoas suspeitas, conferiram documentação e até aplacaram os ânimos de alguns brigões.