Uai Entretenimento

Mesmo sem desfilar, Bloco da Calixto leva 12 mil pessoas às ruas de BH

Por segurança, trio elétrico da cantora Aline Calixto foi impedido de circular pela Região Centro-Sul de BH

No meio da tarde era difícil achar espaço para os foliões no quarteirão da Avenida Getúlio Vargas entre as ruas Bernardo Guimarães e Gonçalves Dias, no Bairro Funcionários - Foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press
O Bloco da Calixto não saiu do lugar. Era tanta gente que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros recomendaram a suspensão do desfile entre a Avenida Getúlio Vargas e a Savassi. Mas, sem se mover, o bloco não perdeu o pique. Pelo menos 12 mil foliões, segundo estimativa da PM, se concentraram na avenida, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O desfile que virou show pegou todo mundo de surpresa. À noite, em comunicado, Aline Calixto mencionou “motivos alheios à nossa responsabilidade” e explicou: “Para garantir a segurança dos foliões, optamos por realizar um show do Bloco da Calixto parados, com a bateria no chão. Sem internet e pegos de surpresa, não conseguimos avisar nosso público pelas redes sociais”.

Veja mais imagens do bloco

Os foliões começaram a chegar por volta das 12h. No começo, muitas famílias traziam crianças de colo. Não demorou para que o local se tornasse impróprio para os pequenos. Havia pouco espaço na sombra e muita gente por metro quadrado. No asfalto, mascarados, anjinhas, freiras e descamisados foram tomando conta do quadrante no mapa da alegria da Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Fantasiada de índia, Aline Calixto estava pronta para comandar o bloco. Para o show, o Samba de todas as tribos, a surpresa é o resgate de canto indígena dos tempos de coral universitário. “A expectativa é a melhor possível. No ano passado, mesmo debaixo de chuva, foram seis mil pessoas dançando com a gente. Hoje, com o sol, esperamos bem mais”, disse. A cantora comemora o crescimento do carnaval de rua em Belo Horizonte e espera público ainda maior para os próximos anos. O empresário Paulo Elias Carvalho, morador do Bairro Funcionários, acredita que a tendência é de a festa ficar ainda mais bonita. “Nos últimos anos, as pessoas estão botando fé em BH também como lugar de festa na rua”, avalia.

Conhecido pela comida de boteco que oferece, o Barbazul, bar do Marcinho, ficou pequeno para a clientela que tomou conta da esquina. Pelas calçadas, nos dois lados da via, e no canteiro central mover-se era um desafio. Fantasias diversas roubavam a paisagem: Mario Bros, Chaves, Chapolim, He-Man, policiais, presidiários, enfermeiras, marinheiros, piratas, besouros e super-heróis de todos os poderes estavam lá.

Não muito longe dali, ainda durante o show da Aline Calixto, debandada geral do público infantil. Para João Antônio, de 47, o carnaval está bom, mas faltam boas opções para as crianças. Na expectativa de um encontro mais familiar no Bairro Funcionários, o advogado levou a mulher e os dois filhos para o bloco. Não deu conta de ficar 30 minutos. “A gente queria trazer as crianças para o carnaval de rua, mas estamos sem opção. Vamos acabar no Minas (Minas Tênis Clube) mesmo”, lamenta. “Muita pegação e muita bebida. Isso também é bom, mas não é para famílias”, conclui.

A mudança de endereço do bloco de Aline Calixto este ano – do Bairro Santo Antônio para o Funcionários – não foi para melhor. Por questões de segurança, o carro de som não seguiu pela Avenida Getúlio Vargas até a Savassi. Foram menos de três horas de música para um público espremido entre as ruas Bernardo Guimarães e Gonçalves Dias. As pessaos queriam mais. Muito mais.

A chefe de cozinha Maria Tereza Palhares, de 50, reclamou: “No ano passado foi bem dinâmico, já que o bloco partiu do Santo Antônio para a Savassi e o público foi atrás”, contou. Maria Tereza e seus parentes criaram um bloquinho, chamado “Pega Mamãe”, em homenagem à mãe dela, Maria de Lourdes Palhares, de 74, que em 2014 ficou para trás no desfile do bloco de Aline.

Veja a programação deste domingo