O bloco Seu Vizinho e a escola de samba Império Serrão fizeram o Aglomerado da Serra pulsar na tarde deste sábado (18/2). Com discurso político forte, o bloco saiu com a premissa de inclusão, diversidade e política.
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"O diferencial do Seu Vizinho é a inclusão, a diversidade, é um bloco da favela. As pessoas vêm porque se sentem abraçadas, a gente aceita todo mundo", disseram as irmãs Lorena e Mica Carvalho, de 32 e 26 anos, ambas parte da produção do bloco.
A política, inclusive, se fez presente em diversos momentos do cortejo. A banda saudou Margareth Menezes, Ministra da Cultura do governo Lula, e tocou o hit "Tá na Hora do Jair Jair Embora", sucesso do período eleitoral que criticava o então presidente da república, Jair Bolsonaro (PL).
Ver galeria . 16 FotosNo Aglomerado da Serra, o bloco Seu Vizinho e a escola de samba Império Serrão desfilaram com músicas que vão do axé de Margareth Menezes ao rap de Emicida, passando por jingles políticos que fizeram sucesso na campanha presidencial de 2022.
(foto: Maicon Costa/EM/D.A Press )
Gritos de "Olê olê olá, Lula!" ecoaram do público, que foi acompanhado pelos músicos do trio elétrico.
Repertório e fantasia
Matheus Ribeiro, 27 anos, curte o bloco Seu Vizinho pela primeira vez este ano. Segundo ele, a banda chamou sua atenção. "O repertório é maravilhoso. Estou gostando muito. Vou voltar nos próximos anos.”
Winnie Climaco, de 36 anos, escolheu a fantasia de Power Ranger para "salvar" o Carnaval. Segundo ela, todos os anos sai pelo menos um dia vestida assim. "É a primeira vez que venho de dia com a fantasia, num bloco que sempre quis vir, estou amando.”
Presenças ilustres
Presenças ilustres marcaram presença no Seu Vizinho. Os políticos Áurea Carolina (PSOL) e Léo Péricles (UP), juntamente com o rapper Djonga estiveram no bloco e foram ovacionados pelo público e pela banda. "Um salve para três pessoas que defendem o povo preto e da favela e que estão aqui hoje", disse a puxadora do bloco.
Amor e lágrimas
No carnaval de BH, Mario e Luigi são apaixonados. Ítalo Augusto conta que a ideia da fantasia foi de Milena Gonçalves, sua namorada. "Ela quase me obrigou a vir assim, mas o que importa é que ela está feliz", disse.
As lágrimas vieram durante a música "Tudo que nóis tem é nóis", do rapper Emicida. O bloco usou a frase como lema da folia. A canção é tida como hino de resistência periférica.