
Primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, Nélida conta que tem se divertido com o novo modelo de eventos literários por meio de vídeos e lives. “Estou achando muito interessante. Você não precisa sair de casa e ir para o
aeroporto
. Para dizer a verdade, estou contente, em paz em minha casa. Gosto muito da vida em casa, sou uma mulher de temperamento alegre.”
A Flit não será
evento
virtual, como tem ocorrido na área cultural por causa da COVID-19. A feira na cidade histórica receberá o público, prometendo seguir os protocolos sanitários.
Durante a programação, a Livraria Quixote, de BH, vai lançar selo próprio voltado para as crianças. “Queremos descobrir novos autores e trabalhar com
escritores
cujos títulos despertem nas crianças o prazer da leitura. Queremos promover a delicadeza e sensibilidade que o livro pode trazer”, explica Claudia Masini, uma das fundadoras da Quixote, criada em 2014.
O escritor belo-horizontino Ronaldo Simões Coelho, de 88 anos, estará em Tiradentes para distribuir
gratuitamente
1 mil exemplares de seu Pérola torta. “É um livro sobre Aleijadinho. Na verdade, é um convite para as pessoas conhecerem a história de Minas”, diz.
Diagnosticado com COVID-19 no início de novembro, Ronaldo não teve sintomas graves e sua recuperação foi rápida. Os médicos o autorizaram a participar da feira. “Fiquei todo alegre, pois estou recebendo uma homenagem. O fato de poder voltar... Sempre trabalhei com as crianças, gosto de fazer isso até hoje”,
comemora
ele.
A programação da Flit inclui o lançamento da edição comemorativa dos 40 anos de Menino Maluquinho, livro do
mineiro
Ziraldo.
VIRTUAL
Além da feira literária, a cidade histórica vai receber, até domingo, a nona edição do Artes Vertentes – Festival
Internacional
de Artes de Tiradentes, com programação totalmente on-line.
“Fazer um festival neste momento é um ato de resiliência, de mostrar que a cultura está viva e cumprindo seu papel de manter a sociedade viva”, diz o curador Gustavo Carvalho. “Nossa ideia é promover diálogos entre as
diferentes
linguagens da arte. Nosso desejo é construir uma ponte entre essas áreas”.
De acordo com ele, o formato virtual garante segurança a artistas, equipes de produção e ao público. Shows, debates, peças e filmes serão disponibilizados gratuitamente no site do Vertentes. Apenas a performance-instalação Mil litros de preto, de Lucimélia Romão, será realizada presencialmente, entre sexta-feira (27) e 6 de dezembro, no Centro Cultural da cidade, com 10 pessoas por
sessão
.
Abrindo a agenda, o líder indígena Ailton Krenak participará de debate virtual no Ciclo Pororoca – Ciclo de Ideias, nesta quinta-feira (26), às 15h30. Outras atrações são o
escritor
moçambicano Mia Couto, a ilustradora Marilda Castanha, o artista visual cubano Nelson Ramírez Arellano e o crítico de cinema russo Anton Dolin.
“Neste tempo tão esquisito e sombrio, a tecnologia pode beneficiar a arte”, defende Gustavo, ressaltando que vários convidados não poderiam participar de um evento
presencial
. Porém, ele admite: “Não é a mesma coisa. Há toda uma magia em estar junto. Isso, na minha opinião, é insubstituível. Mas (a tecnologia) é uma alternativa, uma forma necessária de manter a arte presente.”
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
FLITI
Desta quinta-feira (26) a domingo (29), no Centro Histórico de Tiradentes.
Evento presencial.
FESTIVAL ARTES VERTENTES
Desta quinta-feira (26) a 6 de dezembro. Evento virtual. Programação completa no site www.artesvertentes.com