O muro do metrô em Santa Tereza se transformou em folha em branco para versos de escritores da Confraria de Poetas de Belo Horizonte. A curadoria foi feita pelo poeta Antônio Galvão, idealizador do projeto. Além de Galvão, emprestaram os versos Irineu Baroni, Márcio Araújo, José Hilton Rosa e Pilar Bernardes. Para colocar os versos no muro, Galvão convidou grafiteiros para integrar o projeto.
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Embora tenha contado com a participação de grafiteiros, as inscrições não são acompanhadas de muitos desenhos, deixando quase todo o espaço reservado aos versos. “Queremos privilegiar a literatura e a palavra”, diz Galvão. Para ele, a poesia cumpre um papel fundamental neste momento de tensão e acirramento que o Brasil atravessa. “A poesia tem a capacidade de transformação e recriação da realidade. Podemos rever o mundo por meio da literatura, que compreende a alma humana”, diz.
Ele acredita na potência dos poemas do muro, que ativam a sensibilidade de quem passa por lá e se defronta com os versos.
A poesia, ele afirma, é um bálsamo para as desilusões do mundo. “Ajuda a aliviar as tensões internas. Aquilo que as pessoas não conseguem falar os poetas traduzem em palavra. Os poetas decodificam o que as pessoas ainda não falaram. A poesia é a linguagem profunda da alma.”
Diante da boa aceitação que o público destinou ao projeto, o poeta pensa em estender a iniciativa a outros bairros da cidade.