Você provavelmente já se deparou com as frases do jovem poeta Felipe Arco pelas ruas de Belo Horizonte. Há cinco anos empenhado em “transformar a cidade em um grande livro”, ele usa lixeiras como “páginas” para divulgar suas reflexões acerca da vida e do amor. Sábado (10), Felipe autografa a publicação de poemas e prosa A menina do vestido azul, no Espaço Taba Colab.
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“Muito se fala em reciprocidade, mas as pessoas entendem o termo de forma errada.
Questões pessoais sempre foram a matéria-prima de Felipe Arco. “Situações recentes me fizeram ver a importância do amadurecimento nas relações de amizade, com familiares e, principalmente, no amor romântico. Tenho falado muito de crescimento pessoal, de olhar para os relacionamentos antigos e para as decisões erradas que todos nós tomamos. Elas nos ajudam a ser melhores, e o livro bate muito nessa tecla”, conta.
Tido por jovens fãs como uma espécie de “guru” das relações amorosas, Felipe busca observar os erros como oportunidade de aprendizado. “Falo muitos deles, porque nossa tendência é sempre olhar os erros das outras pessoas.
DEGRADAÇÃO Grafites e versos são os dois amores do poeta. A ideia de inscrever pensamentos nas lixeiras vem do desejo de restaurar aparatos degradados do Centro de BH. Isso lhe trouxe fama e também dor de cabeça. No ano passado, Felipe foi processado pela prefeitura da capital, acusado de vandalismo. Recebeu três multas, revertidas em serviços comunitários.
Em meio à polêmica, um público fiel o segue nas redes sociais. No Facebook, a página Simples-Mente Felipe Arco é curtida por 100 mil usuários e recebe cerca de 3 milhões de impressões por semana. “Muita gente que reclama do meu trabalho pergunta por que não faço isso na minha casa. Faço.
PAÇOCA O início dessa trajetória foi relatado no primeiro livro de Felipe, 200 mil paçocas e infinitas poesias, lançado em 2015. No ano seguinte, ele escreveu 12 mil km e infinitas poesias, sobre a viagem que fez a várias regiões do Brasil para levar a sua mensagem.
Nesse sábado (10), a festa de lançamento de A menina do vestido azul contará com várias manifestações ligadas à arte de rua. “Sou fruto da cultura hip-hop. Já trabalhei com rap e faço grafite há 11 anos. Não tenho vontade de fazer meus lançamentos em livrarias, com coquetéis, porque acho isso muito maçante. Minha intenção é que as pessoas entrem e se sintam dentro da rua”, adianta.
A música ficará por conta do rapper paulista Marcello Gugu e dos mineiros Hot e Oreia, do coletivo DV Tribo. O público poderá conferir exposição de trabalhos de Felipe Arco, além de pinturas feitas ao vivo pela grafiteira Maria Raquel Bolinho, entre outros convidados. Quem quiser pode levar camisas lisas, de preferência brancas, para que ele escreva seus versos.
Outra atração será a reprodução, em tamanho real, de uma típica lixeira do Centro de BH, que receberá grafites do poeta.
A MENINA DO VESTIDO AZUL
. De Felipe Arco
. Independente
.
. R$ 25
. Vendas: facebook.com/Felipe4rco
» Lançamento sábado (10/03), das 16h às 22h.
» Espaço Taba Colab. Rua Tabaiares, 72, Floresta. (31) 98430-0631. Shows de Marcello Gugu, Hot e Oreia. Live painting com Raquel Bolinho.
» Ingressos: R$ 5 (antecipado) e R$ 10 (portaria). Vendas on-line: www.sympla.com.br..