
Imagine uma cidade com galerias de arte mais vivas do que nunca, renovadas de cores, formas, questionamentos e provocações. Não se trata de São Paulo nem do Rio de Janeiro, polos tradicionais das artes visuais no Brasil, mas de Belo Horizonte.
Sábado (2/9), começa a segunda edição do Circuito 10 Contemporâneo, fruto da parceria entre as 10 principais galerias da capital mineira. O público verá uma dezena de mostras simultâneas de trabalhos produzidos por cerca de 30 artistas de diversas regiões do Brasil.
A ideia é aproximar o público das artes visuais e, ao mesmo tempo, revigorar o mercado de BH. “Nossa intenção é criar uma agenda comum para gerar visibilidade, fortalecer a arte contemporânea. Arte é um produto do ser humano para outros seres humanos. Então, é preciso aproximar as pessoas das obras e dos artistas para que elas percebam que esse universo não é feito para um grupo de iluminados, como muitas vezes pode parecer. É para todos”, explica o galerista Murilo Castro, um dos organizadores do evento.
Em cada espaço haverá vans à disposição dos visitantes. De 30 em 30 minutos, elas partirão rumo a outras galerias, oferecendo uma espécie de “circuito contemplativo” ao público.
A agenda inclui ainda palestras e workshops com artistas. Muitos deles, aliás, estarão presentes nas galerias, à disposição do público para consultas e bate-papo.
Nazareth Pacheco apresentará dois trabalhos na Galeria Murilo Castro. O mote da proposta será a interação entre arte e design. “Uma das peças é a Cadeira da exclusão. Isso porque, a princípio, a cadeira é um objeto utilitário, mas a construí em acrílico, com espinhos nos assentos. É uma analogia a muitos espaços que existem mundo afora. Eles repelem, embora, paradoxalmente, tenham sido pensados justamente para acolher”, explica Nazareth.
O outra peça, com duas mil gotas de bronze, remete ao processo criativo da artista. A ideia nasceu dos cortes que a própria Nazareth, acidentalmente, produz em si mesma ao lidar com perfurações e objetos enquanto trabalha. “É uma espécie de jogo de sedução e repulsão. As instalações convidam ao mesmo tempo em que expulsam”, conclui Nazareth.
Na AM, Ricardo Homen mostrará série com 150 peças, fruto de sua pesquisa iniciada há dois anos envolvendo pintura, escultura e desenho. Também estarão lá sete pinturas em grande escala.
O circuito contará com obras de Beth Jobim, José Bechara, José Bento, Raul Mourão e Waltercio Caldas (Galeria Celma Albuquerque), José Resende (Galeria Manoel Macedo), Thomaz Ianelli (Quadrum) e Deneir de Souza (Galeria Orlando Lemos), entre outros.
PARTICIPANTES
AM (Rua do Ouro, 136, Serra), Beatriz Abi-Acl (Rua Santa Catarina, 1.155, Lourdes), Celma Albuquerque (Rua Antônio de Albuquerque, 885, Savassi), Cícero Mafra (Rua Xingu, 487, Alto Santa Lúcia), Dotart ( Rua Bernardo Guimarães, 911, Funcionários), Lemos de Sá (Av.
CIRCUITO DE ARTE 10 CONTEMPORÂNEO
Abertura no sábado (2/9). As galerias vão funcionar das 10h às 18h. Entrada franca. Programação completa: www.10contemporaneo.com.br..