
A programação inclui dança-teatro, street, experimentação e a desconstrução de práticas tradicionais. Como a proposta é também dialogar com grupos locais, em cada cidade, fazem parte do programa os mineiros Rui Moreira e o coletivo de hip-hop Família de Rua. A curadoria internacional é assinada pela francesa Anita Mathie e a nacional por Sérgio Maggio, Yara de Cunto e Giselle Rodrigues.
Bacelar diz que um exemplo dessa aposta na pluralidade estética é o convívio da batalha de bailarinos de hip-hop e ligados ao skate com Your ghost is not enough, do grupo francês Kubilai Khan Investigation, espetáculo que poderá ser visto hoje e amanhã. A coreografia de Frank Micheletti, com música ao vivo, inspira-se em poema cujo tema é o corpo e a escuridão.
CRIANÇAS No fim de semana, será a vez de Bang, coreografia de Herman Diephuis dedicada ao público infantil, que usa a ironia para abordar o medo. “Não vejo outro caminho para a formação de público que não seja o trabalho com os mais jovens, com as escolas. Nós, da dança, precisamos ter um olhar especial para eles”, defende Bacelar.
“A mostra revela o diálogo entre diferentes referências e inspirações. A dança contemporânea é universo muito aberto”, observa o curador.
Sérgio Bacelar explica que o objetivo é cruzar os diversos segmentos de público e da dança. “Se queremos ocupar mais espaço, é fundamental a união de todos”, defende, lembrando que a agenda de dança é mais restrita na programação cultural, comparada ao teatro e à música.
“Sinto que o setor precisa de outras referências e inspirações, de mais contato com outros pensamentos criativos”, acrescenta Bacelar, observando que a maior circulação pelo Brasil de grupos das diversas regiões pode colaborar nesse sentido. “A nossa proposta é de troca de conhecimentos”, conclui..