UAI

Após ser capa da Vogue Brasil, Maya Massafera acusa revista de transfobia

Influenciadora digital faz desabafo ao dizer que se sente enganada pela publicação

Após ser capa da Vogue Brasil, Maya Massafera acusa revista de transfobia; entenda Divulgação/Vogue Brasil/ Caia Ramalho
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 01/06/2024 10:02
compartilhe icone facebook icone twitter icone whatsapp SIGA NO google-news

Maya Massafera fez um forte desabafo após ser capa da Vogue Brasil de junho. Através dos stories do Instagram, a influencer acusou a revista de tê-la enganado e afirmou ter sido vítima de transfobia.

Leia Mais

Tudo começou quando a publicação divulgou os cliques da capa com a influenciadora digital, que seriam uma homenagem ao mês do orgulho LGBTQIAP+. Na carta aberta publicada na revista, ela falou sobre o sentia antes de se reconhecer como mulher trans.

 

Maya, que recentemente passou por um processo de transição de gênero, revelou que se sentiu humilhada pela Vogue, ela diz que acreditava que seria a capa da edição física. Ela afirma que não queria ser a capa digital — que, de acordo com ela, tem menor credibilidade.

 

Na sequência, ela postou um print da postagem da Vogue Brasil que dizia se tratar de um "especial digital". Agora, no post, diz apenas "especial Vogue Pride 2024".

 

"Ser enganada é a pior sensação, né?! Uma apunhalada... Um momento que estava sendo um sonho virou enganação e mentira pra usar minha imagem e minha causa no mês da diversidade. Hoje só chorei pelo desrespeito comigo, Maya, e comigo, mulher trans!", iniciou o desabafo.

 

"Fui enganada e feita de idiota pela revista Vogue! Afinal, o que esperar dessa revista que já foi acusada de racismo, homofobia... Ontem, eu me senti humilhada pela revista e senti transfobia. Eles não fariam isso com meninas cis padrão. Quando eles convidaram a Bruna Marquezine, Marina Ruy Barbosa ou Sabrina Sato (todas lindas que amo) para capa, eles não fizeram essa palhaçada!", argumentou.

 

"Deixa eu situar vocês: eles criaram essas capas para ganhar dinheiro e para tratar de assuntos que eles querem falar, mas não querem por na revista principal. Porque não é o 'padrão' deles. Dê um google em Vogue Brasil Digital", incentivou.

"São só mulheres maravilhosas: Gordas, pretas, nordestinas, trans... São mulheres que eu amo, a realidade do Brasil. Mas não a realidade da Vogue. Aí, a Vogue faz capa digital com essas mulheres para incluir essas mulheres. Mas não se enganem, eles não dão capa digital para Gisele Bundchen. Quem é do mercado sabe disso e já comenta sobre isso. Então, não tinha porque eu aceitar a fazer essa capa digital. Não tem relevância".

Maya Massafera

"Minha resposta foi não. Disse que quando eles me quisessem, iam me chamar para capa principal e me dar o valor que dão para menina cis!", afirmou.

 

Sem compromisso com a revista, Massafera decidiu viajar para Cannes, na França. No entanto, ela recebeu uma mensagem de seu agente, dizendo que a publicação acatou os desejou da digital influencer e finalmente o ofereceu uma capa na revista principal. Com até mesmo uma festa planejada, ela largou as férias improvisadas e voltou para a sessão de fotos.

 

"Foi um sonho essa capa! Estava feliz da vida! Tudo certo, aprovei todas as fotos, me achei linda. E perguntei mil vezes, todos os dias, para meu agente Fernando. 'Não é essas capas sem credibilidades digital, não né?'. A resposta era não. Conversei com a Vogue, conversei com a diretora Paula. 'Não vai ter nada escrito digital. Fique tranquila!'", garantiu.

 

"Antes de ontem, 1 dia antes de sair a revista, eu confirmei: 'Não tem nada digital, né?'. Meu agente ligou para diretora Paula e me confirmaram. Ontem saiu a revista e adivinha?", ironizou.

 

Chocada com o episódio, Maya Massafera disse que não aceitará o desrespeito: "Não vou aceitar injustiça por ser menina trans e quero e exijo os mesmos direitos que meninas cis! Hoje eu levanto minha voz! Levando minha cabeça para Maya e para meninas que represento! Eu e ninguém representamos toda uma classe, não posso falar por todas meninas trans, mas falo pela parcela que se sente representada por mim".

compartilhe icone facebook icone twitter icone whatsapp
x