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Acarajé rosa em homenagem à Barbie vira polêmica em Salvador

Comerciante publicou o acarajé cor-de-rosa como um desafio, mas recebeu duras críticas, entre elas da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM)

Acarajé cor-de-rosa em homenagem à Barbie vira polêmica em Salvador Reprodução/Instagram/Divulgação/Montagem
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 18/07/2023 15:26
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O desafio do acarajé da Barbie virou polêmica em Salvador, na Bahia. A confusão aconteceu após a comerciante Adriana Ferreira dos Santos, conhecida como "Acarajé da Drica" divulgar nas redes sociais o "primeiro acarajé rosa do mundo", em referência ao lançamento do novo filme da Barbie, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (20/07), o quitute colorido virou alvo de críticas de alguns baianos, entre elas da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM).

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"O dia em que me desafiaram a fazer uma acarajé da Barbie, primeira acarajé rosa do mundo", disse a vendedora em seu perfil no Instagram. O desafio até chegou a viralizar nas redes, mas alguns internautas detonaram a iniciativa da comerciante na aba dos comentários. "Falta de respeito com um patrimônio tombado", detonou um internauta. "O acarajé não pode ser descaracterizado", comentou outro. "Você deveria respeitar a tradição isso sim", reforçou um terceiro. "Um desrespeito e mais uma tentativa de embranquecer nossa cultura", destacou um terceiro.

 

Até a presidente da entidade, Rita Santos, disse que o bolinho na cor rosa não representa as tradições da venda do acarajé. Vale destacar, que o ofício das baianas de acarajé é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

 

"É um patrimônio, não só o ofício, mas também o nosso acarajé. Para mim (o acarajé cor de rosa) também não é acarajé, é simplesmente um bolinho de feijão. E ela não pode ser chamada de baiana", criticou.

 

"Temos dois termos: a baiana de acarajé, de fato e de direito, que são aquelas que preservam a nossa cultura, que valorizam os nossos antepassados, e aquelas meramente vendedoras, que vão vender pelo dinheiro. Essa é uma que está vendendo pelo dinheiro. Ela não valoriza o nosso legado, ela não valoriza o nosso patrimônio", acrescentou a presidente da ABAM.

 

A líder da associação disse que a ação de Adriana desvaloriza além do ofício da baiana do acarajé, a cultura negra. Ela ainda criticou a atenção dada à boneca da Mattel.

"Os brancos não valorizam o que é nosso, porque vamos valorizar o que é deles? Nós, o estado da Bahia, o maior em número de pessoas negras, temos que valorizar o que é nosso, dos pretos, porque vamos dar 'Ibope' para Barbie?".

Rita Santos

 

Após a repercussão negativa, a criadora do acarajé cor-de-rosa disse em entrevista exclusiva ao portal G1, que foi apenas uma brincadeira feita para esta semana, quando o longa protagonizado por Margot Robbie chega as telonas. "É uma brincadeira pelo estreia do filme. Só vamos fazer essa semana. De forma nenhuma isso afeta as tradições. Eu gosto de inovar. Sempre prezo pela qualidade e em como levar meu produto até eles (clientes)", afirmou.

 

Adriana também reforçou que que não se incomoda com as críticas. "Eu não ligo, são pessoas infelizes (que criticam). Não altera nada em sabor. Eu sou uma comerciante do acarajé. É o nosso sustento. Tudo que eu faço gera polêmica e eu estou sempre pensando na qualidade. É muita falta de empatia (de quem critica). Não tem necessidade", destacou.

 

Confira, abaixo, o post:

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