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Faustão confirma que já sabia que precisava de cirurgia: 'Genética'
Apresentador também rebate burburinhos de que teria furado a fila do SUS para conseguir o transplante
A aguardada primeira entrevista de Fausto Silva, o Faustão, de 73 anos de idade, à televisão desde que fez o transplante, em 27 de agosto, foi ao ar na noite deste domingo (08/10). O apresentador revelou à jornalista Fabíola Reipert, no Domingo Espetacular, da Record TV, que já sabia que precisaria fazer uma cirurgia cardíaca devido a questões genéticas.
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"Eu já sabia que um dia eu teria que fazer uma cirurgia de coração, só não sabia que era transplante. O que dá pra fazer? Um cara que nunca fumou, nunca bebeu, nunca usou droga, acabou caindo na malha fina... Era questão de genética que eu fui descobrir pela vida, talvez pelo lado do meu avô paterno, que não conheci, que faleceu em 1937, com 40 anos de idade. Mas enfim, tive que enfrentar", declarou.
O comunicador deu entrada no no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 5 de agosto, após retornar de uma viagem aos Estados Unidos e realizar alguns exames. "Fiz os exames, vi que estava tudo arrebentado, fiquei no hospital. Naquele fim de semana, fizemos uns 200 exames. Aí falaram: 'Ó, chegou a hora'", lembrou ele, que ainda falou o que sentiu quando recebeu a notícia de que precisaria de um novo coração.
"No período que fiquei esperando, a grande sorte minha foi o tipo de sangue, que eram três pessoas só na fila. Um tipo de sangue mais raro. A partir deste momento, eu já tinha resolvido a minha vida. Os meus filhos, tudo, uma tranquilidade, uma paz. E ao mesmo tempo, eu falei: 'tem que ser, bora'. Sou muito pragmático, tenho muita fé, mas ao mesmo tempo, quem decide é 'lá em cima'... Você tem que rezar e esperar o melhor", explicou.
Faustão ainda falou sobre sua cirurgia cardíaca e como tem sido sua recuperação. "A cirurgia foi o de menos, instalou o coração e já começou a funcionar. O que dá menos trabalho. O problema são as outras coisinhas. Pele seca, ficar 45 dias na cama do hospital, você ficar com a musculatura e 'refazer tudo', precisa de reabilitação, muito disciplina, muita paciência. É só isso", afirmou.
"Me senti um carro velho com um motor novo. Agora tem que consertar o resto do carro. Você fica animado. Você sente a diferença na hora. Um dia depois, a noite eu sinto que o coração é outro".
Faustão
Vale destacar, que a rapidez com que recebeu o órgão também fez com que algumas pessoas na internet sugerissem que ele teria furado a fila de espera de transplantes do SUS (Sistema Único de Saúde) por ser rico e famoso.
"A gente sabe que a internet abriu espaço para todos os imbecis do mundo. Tem que conviver com esse mundo. Quem pensa o mal é sempre gente do mal. Não adianta tentar mudar. Até que ele se arrebenta no mal. Tem cara que só pensa no podre, e esse tipo tem em todo lugar", alfinetou.
"Trabalhei 60 anos, passei por um transplante, você acha que um cara com um mínimo de caráter vai guardar rancor? Não cabe mais isso. Como não cabe mais ficar discutindo, isso já apaguei. A vida passa muito rápido, você tem que estar preparado para ter essa consciência", acrescentou.
"Quem recebe uma bênção como essa tem que refletir muito: 'Se eu fui abençoado para continuar vivendo, tenho que repensar muita coisa'. A gente perde tempo com besteira, acaba se irritando por bobagem. Já estou com 60 anos de trabalho, vim até aqui com um trabalho decente, agora mais ainda ligado pra fazer um trabalho do dia a dia que tenha principalmente um objetivo, levar o bem para as pessoas".
Faustão
Questionado por Fabíola se ele sentiu alguma diferença ao acordar com o coração transplantado, o veterano fez piada. "Eu acordei um dia depois, já me sentindo um carro velho com motor novo. Agora tenho que consertar o resto do carro. A gente fica animado, é impressionante, porque você sente a diferença na hora. Bom, na hora não porque eu estava anestesiado, mas quando eu acordei um dia depois, já sentia que o coração era outro", comentou.
Fausto ainda aproveitou a entrevista para incentivar a doação. "Quanto mais o brasileiro tiver de consciência e disponibilidade para doação, nós podemos transformar o Brasil no país líder de doação de órgãos e tecidos e pele no mundo. Isso é fundamental para um país que tem os problemas que a gente tem", disse.
Por fim, ele ainda falou novamente sobre a possibilidade de voltar à TV. "Nunca falo não, jamais, mas vamos ver. Eu tô muito focado na saúde, primeiro tenho que focar nisso aí. No ano que vem, vamos ver... Tô bem até demais, pra quem saiu do transplante faz um mês... Mas tem que fazer fisioterapia no sentido de recuperar musculatura, força muscular, é uma reabilitação", apontou.
Confira, abaixo, a entrevista: