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No Fantástico, Marcelo D2 fala sobre novo álbum e relação com o samba
Com 16 canções e 12 de sua autoria, o disco do rapper é totalmente diferente do álbum do Planet Hemp. Novo projeto é traduzido livremente da língua ioruba
Um dos nomes mais importantes da música brasileira Marcelo D2 lançou essa semana o novo álbum: Iboru, o nono projeto da carreira solo, no qual se volta de vez para o samba. Sendo assim, no Fantástico, da TV Globo, Maju Coutinho conversou com o rapper e falou sobre o disco que é uma homenagem às raízes da cultura popular brasileira.
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Há 30 anos a procura da batida perfeita, o cantor contou qual o sabor do novo lançamento e se o objetivo foi atingido. O álbum possui 16 canções e 12 de sua autoria. "A procura vale mais que a batida perfeita, a procura que é a parada. Esse novo samba tradicional que eu menciono é a minha proposta de um novo caminho para o samba", explicou.
"Acho que ninguém vai se surpreender: 'Marcelo agora está cantando um samba?', porque é um caminho meio que natural na minha carreira. Eu estou brincando falando que o samba e o rap se encontram novamente, só que, agora, no terreiro do samba", acrescentou.
Nascido em São Cristovão e crescido em Madureira, Andaraí, Padre Miguel, Lapa, ou seja, no Rio de Janeiro. D2 confessou que negou o ritmo na adolescência. "Na minha adolescência, eu neguei um pouco o samba. Era a música dos meus pais e eu fui atrás de punk rock, do rap. O rap estava começando, estava surgindo. Depois quando eu comecei a fazer música eu falei: 'Cara, só vou conseguir fazer a minha identidade musical se eu abraçar o samba e trouxer o samba para dentro da minha música'", destacou.
"Meu primeiro grande ídolo na música foi Mestre André. Eu lembro que eu o vi fazendo a paradinha na bateria da Mocidade. (...) Para mim, aquilo foi... ele era um astro".
Marcelo D2
O álbum Iboru, traduzido livremente da língua ioruba, significa que "sejam ouvidas as nossas súplicas" e tem a ver com a sua iniciação no ifá, um sistema oracular e divinatório na religião de matriz africana. A perda da mãe, Dona Paulete, em 2021 é um dos motivos para essa reaproximação com a fé.
"O disco está dividido basicamente em três atos. Primeiro ato é o que eu proponho como samba tradicional. Segundo ato vou para Bahia, samba mais experimental e de terreiro. E o terceiro ato, que fica uma coisa mais popular", comentou o músico.
A produção conta com participações de artistas como Zeca Pagodinho, Xande de Pilares, Alcione, Mumuzinho, B Negão, Mateus Aleluia e a banda Metá Metá, além de incorporar samples dos saudosos Romildo e Monarco, compositores de escolas tradicionais do Rio de Janeiro como Mocidade Independente de Padre Miguel e Portela.